A coleção da UMA tem os dois pés na moda minimalista dos anos 90, que, afinal, sempre foi a praia da estilista Raquel Davidowicz. Mas veio atualizada pelos materiais tecnológicos dos doudounes, pela cartela chique de cor, pela mistura do opaco com o brilhante, do justo com o solto, do desabado com o encorpado.
A silhueta é solta, confortável, com jogo de proporções interessantes. Tops assimétricos, bermudas de alfaiataria, sobrepostas por casacões de lã (é bom que faça frio!) deram o tom do desfile. O metal é outro ponto forte da coleção. Cobre, bronze, prata oxidada aparecem em calças justas, vestidos de couro com assimetrias, botas com salto anabela e bolsas com aspecto amassado. Cores quentes, tons de areia e um marrom puxado para o jabuticaba dominaram o desfile.
Havia modelos masculinos também na passarela. Sim, senhor, a UMA faz roupa para homem, e desde sempre cria modelos unissex. Casacos longos para eles foram o destaque. O streetwear surgiu nos acessórios utilitários, mochilas de couro, shopping bags (daquelas grandonas que cabem a vida) e pochetes. Tudo bem cosmopolita.
É roupa para mulher urbana que corre de um lado para o outro, sempre com pressa, sempre atrasada. O cabelo totalmente despenteado deu um ar enlouquecido às modelos. E, no fim, serviu como uma ótima metáfora.