As salas do Museu da Gravura Cidade de Curitiba sediam, a partir das 19h desta quinta-feira, novas exposições com a produção de gravadores brasileiros, além de imagens captadas pela fotógrafa paulistana Carolina Lopes e desenhos da artista plástica curitibana Elisa Gunzi. Na área da gravura, acontecem as mostras A Imagem e a Escrita, do gravador paulistano Amir Brito Cadôr, e VIII Mostra Revisitada, que tem por objetivo contar a história da oitava edição da Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, realizada em 1988.
A VIII Mostra Revisitada leva o visitante ao ano de 1988, quando aconteceu a festa dos dez anos da Mostra da Gravura, com a participação de todos os artistas gravadores que integraram as edições anteriores. A programação estendeu-se por toda a cidade, contando com trabalhos de grandes nomes da gravura nacional, distribuídos em 16 salas especiais, além de participações espontâneas, palestras e workshops, estabelecendo um intercâmbio entre gravadores de todo o Brasil e artistas locais.
Pesquisa
A exposição A Imagem e a Escrita leva o mesmo título da pesquisa realizada pelo artista Amir Brito Cadôr no período de julho de 2002 a agosto de 2003. Algumas das gravuras em relevo reunidas na mostra têm o corpo humano como tema e fazem um percurso de abstração, através da simplificação das linhas e da sugestão de formas, assim como os chineses fizeram com os ideogramas. Em outras gravuras, a construção do repertório de imagens surgiu da investigação do método ideogramático de composição, utilizando conceitos japoneses de sensibilidade, como concisão, simplicidade e clareza.
Trama sobre papel
A curitibana Elisa Gunzi mostra trabalhos nos quais a repetição de um gesto circular é recorrente em todos os desenhos. As obras da exposição Lugares Insólitos são constituídas por milhares de linhas que, sobrepostas, criam uma densa trama sobre o papel. Nas imagens resultantes, que sugerem a forma de uma montanha de cabelos ou de nuvens, a artista propõe indagações na área da Psicanálise. Se, por um lado, a repetição sugere uma ordenação, como nas séries matemáticas, ela também suscita a impossibilidade de, ao repetir uma ação, incidir sobre o mesmo gesto. E nesse sentido, remete à perda, ao fracasso desse retorno, à impossibilidade de voltar ao mesmo lugar.
Espaço intimista
As fotografias de Carolina Lopes criam um espaço intimista, convidando o espectador a aproximar-se. As imagens têm como foco fragmentos arquitetônicos, detalhes da arquitetura cotidiana que passam despercebidos aos olhares distraídos e apressados das pessoas. Nessa exposição, os detalhes passam a ser as atrações principais nos espaços brancos ou pretos que os envolvem, criando proximidade com o observador.
Serviço:
Museu da Gravura Cidade de Curitiba (Rua Carlos Cavalcanti, 533). A partir de quinta-feira até a 17 de outubro. De terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h. A entrada é franca.