Em sua 70.ª edição, Veneza, o mais antigo festival de cinema do mundo, aposta numa fórmula antiga e que nunca decepciona – um longa de grande potencial de público na abertura, Gravidade, dirigido pelo mexicano Alfonso Cuarón, e filmes chamados “de autor” distribuídos por várias mostras, em especial a seção principal, Veneza 70, que dá ao seu vencedor o cobiçado Leão de Ouro.
Um dos prêmios mais importantes da cinematografia mundial e por certo o mais bonito, com a figura de leão alado, símbolo da Sereníssima República de Veneza. Quem quiser ver o modelo do troféu deve dirigir-se à Praça San Marco e ver o leão de asas sobre uma das pilastras que dão para a laguna. É uma vista majestosa, ainda que vulgarizada pelo turismo de massa.
O festival se desenrola do outro lado da laguna, no Lido, a principal ilha do complexo veneziano. Lá, nessa faixa de terra comprida e aprazível, serão exibidos esses seletos competidores – 20 títulos, entre os quais predominam italianos e norte-americanos – o que também não chega a ser novidade.
Com Gravidade, Cuarón, diretor do divertido E sua Mãe Também, investe agora no gênero sci-fi e conta com dois trunfos no elenco, Sandra Bullock e George Clooney, o ator americano mais amado na Itália.
Gravidade, em 3D, abre amanhã, 28, oficialmente “a Mostra”, como o festival é tratado por aqui – como se não houvesse outra e nem concorrência possível, embora Veneza venha sofrendo, nos últimos anos, o assédio de Toronto e seu mercado poderoso. O festival canadense começa justo no meio da Mostra e provoca uma revoada de celebridades de volta ao outro lado do Atlântico. Mas os italianos mantêm-se impávidos. O que fazem de concessão é isso, mesclar celebridades a autores mais conhecidos de revistas como Cahiers du Cinéma ou Positif que do grande público.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.