O Instituto Goethe promove, em março, uma grande exposição sobre o trabalho do ambientalista e explorador alemão Alexander von Humboldt – um dos primeiros a realizar expedições em todos os continentes, do final do século 18 a meados do século 19. A exposição vai fazer parte dos inúmeros eventos paralelos que vão acontecer na cidade durante a realização das duas conferências da ONU, sobre Biodiversidade e Biossegurança, de 13 a 31 de março.
Friedrich Heinrich Alexander, Barão von Humboldt, nasceu em 14 de setembro de 1769 em Berlim e morreu em 06 de maio de 1859, também em Berlim. Mais conhecido como Alexander von Humboldt, foi um naturalista e explorador alemão e irmão caçula do ministro e lingüista prussiano Wilhelm von Humboldt.
Alexander von Humboldt foi um naturalista de uma polivalência jamais vista. Cientista exemplar, desenvolveu e se especializou em diversas áreas. Era etnógrago, antropólogo, físico, geólogo, mineralogista, botânico, vulcanólogo, humanista e começou as bases de ciências como a geologia e oceanografia. Apesar de ter pesquisado diversas coisas em seus mínimos detalhes, sempre o fez com uma visão geral e imparcial.
Aos 14 anos de idade, passou a freqüentar as universidades de Frankfurt e Goettingen, onde cursou filosofia, história e ciências naturais. Em 1789, com apenas 20 anos de idade, fez sua primeira viagem de caráter científico, passou pela Holanda, Alemanha e Inglaterra, e principalmente ao longo das margens do rio Reno, seguindo George Foster, um naturalista que estava acompanhado pelo capitão Cook, em sua viagem ao redor do mundo. Dessas explorações resultou a obra: Observações Sobre os Basaltos do Reno.
Sua viagem exploratória pela América Central e América do Sul (1799-1804) e pela Ásia Central (1829) o tornaram mundialmente conhecido ainda antes da sua morte. Sua principal obra é o Kosmos, uma condensação do conhecimento científico de sua época. Ele tem ainda outras publicações sobre suas expedições. Sua correspondência científica com colegas cientistas compõe-se de 35 mil cartas, das quais aproximadamente 12,5 estão arquivadas, na Alemanha.
Além das ciências naturais, foi também um influente mecenas da Literatura. Ele apoiou os poetas e escritores Heinrich Heine, Ludwig Tieck e Klaus Groth. Entre seus amigos e conhecidos estavam, Johann Wolfgang von Goethe e Friedrich Schiller.
Resultados da expedição latino-americana
A expedição de Humboldt, pelas Américas, durante cinco anos, foi uma das mais notáveis expedições científicas de todos os tempos, com uma massa de dados de valor científico inestimável. Ele e o amigo Bonpland percorreram um total de 9.650 quilômetros, tanto a pé, quanto a cavalo ou em canoas. A expedição atravessou as terras da Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Cuba e México (foi impedido de permanecer no Brasil , pois os portugueses consideraram-no um possível espião alemão). Todo o seu trabalho não tinha nenhum interesse comercial, sua única motivação foi o desejo de conhecimento e a curiosidade.
Durante sua expedição pelas Américas de 1799 a 1804, ele precisou latitudes e longitudes, melhorou mapas, identificou 60 mil plantas, das quais 6,3 mil até então eram desconhecidas, desenvolveu a geografia das plantas e descreveu a corrente que levou mais tarde seu nome, sendo também pioneiro nas bases das ciências físicas da geografia e da meteorologia.
Nos seus estudos das isotermas ele estabeleceu os métodos de comparação das condições climáticas de vários países. Investigou a taxa de queda da temperatura média com o aumento da altitude acima do nível do mar, e forneceu pesquisas sobre a origem das tempestades tropicais. Seu ensaio sobre a geografia das plantas foi baseado na idéia de estudar como as condições físicas variadas alteram a distribuição da vida. Sua descoberta da diminuição da intensidade do campo magnético terrestre dos pólos ao Equador foi atestada, em dezembro de 1803, pelo Instituto de Paris.
Seus serviços à Geologia basearam-se principalmente no seu atento estudo dos vulcões do Novo Mundo, que segundo ele se classificavam naturalmente em grupos lineares, presumidamente correspondendo a vastas fissuras subterrâneas, e, pela sua demonstração da origem ígnea de rochas cuja origem era anteriormente considerada aquosa, contribuindo para a eliminação de hipóteses equivocadas.
Serviço
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