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Glue Trip recria paisagens noturnas

Ah, a chegada dos 30 anos. Foi só no final da entrevista que Lucas Moura, o vocalista, guitarrista e líder do Glue Trip, foi questionado sobre sua idade. Revelou sem saber que, talvez, o número respondesse, por si só, à grande parte das questões sobre a motivação da mudança estética, sonora e comportamental, inclusive.

A princípio, por exemplo, o Glue Trip era uma banda em cujas veias correriam sangue psicodélico. E que transpiraria essa alucinação sonora por meio das cordas de violão de nylon (nada desses encordoamentos de metal). Mas isso foi no álbum de estreia, de 2015, intitulado com o nome do então duo, e muita transformação viveu Lucas, o rapaz que se viu sozinho na banda quando a outra metade o deixou. E também se desprendeu, o rapaz, mais do que deixar amarras pré-estabelecidas para o Glue Trip. Divórcio, fim do emprego. Mudanças. Ah, os 30 anos…

E ressurge, falando de João Pessoa, um novo Glue Trip, três anos de transformação depois, com o álbum Sea At Night. As estreias da versão transformada (e madura!) do Glue Trip estão marcadas para este mês. No dia 12, o grupo passa por Belo Horizonte, e depois segue para o Rio de Janeiro (lá, se apresentam nos dias 13 e 14). São Paulo é a próxima parada, com show no CCSP, no dia 18, uma quinta-feira.

Eletrônico, em vez de orgânico. Mais lua do que sol. Noturno, magnético, em vez de diurno e suado. Glue Trip, ainda, é banda para se ouvir quando com os pés na areia, mas o relógio vai acusar a madrugada adentro. “Em João Pessoa, os melhores rolês terminam na praia”, brinca Moura.

Embora pareça uma mudança causada pelo acaso, ela não foi – como qualquer transformação na chegada dos 30 é, aliás. “Sempre tive a intenção de criar um álbum que também flertasse com o eletrônico”, ele explica. “Embora tenha sido um processo demorado, enfim, aceitar esse salto estético.”

As canções de Sea At Night foram criadas a partir de 2016, um ano depois da estreia do grupo com o álbum de nome Glue Trip. “A partir daí, veio um processo”, explicou Moura. Acostumado a criar da maneira mais manual possível (um violão, um caderninho e uma caneta), ele passou a transformar seu processo em algo com mais influências de beats e dos loopings. “Minha ideia era fazer algo como encontro do Clube da Esquina com o (com o duo francês de música eletrônica) Daft Punk, entende? Eu sempre gostei dessa identidade brasileira da banda, mesmo que cantássemos canções em inglês.”

“Mas”, o vocalista segue, “foi um processo de aprendizado, mesmo. De entender quais timbres funcionariam nessa nova formação da banda.” Moura, agora, está ladeado por Felipe Lins (guitarra), Gabriel Araújo (baixo e voz) e CH Malves (bateria e pad) – e Rodolfo Salgueiro (teclado, sample e voz) faz parte da banda, mas ingressou depois do clique das fotos de divulgação, como essa ao lado. Mudanças, afinal. Ah, os 30 anos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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