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Glória Pires interpreta matriarca Lola na nova versão de ‘Éramos Seis’ para TV

Uma viagem no tempo, mais especificamente pelos anos 1920, é o que promete a novela “Éramos Seis”, que estreia dia 30, no horário das 18h, na Globo. Baseada no livro de Maria José Dupré, a trama ganha agora uma nova versão pelas mãos de Angela Chaves. Essa será a quarta transposição do clássico da literatura nacional para a TV. E, como nas anteriores, terá elenco encabeçado por nomes consagrados.

A história segue a trajetória de uma humilde família paulista, formada pela mãe Dona Lola, que ganha a potência dramática de Glória Pires, seu marido Júlio, que terá as feições firmes e intensas de Antonio Calloni. Tem ainda os quatro filhos, Carlos (Xande Valois/ Danilo Mesquita), Alfredo (Pedro Sol/ Nicolas Prattes), Isabel (Maju Lima/ Giullia Buscacio) e Julinho (Davi de Oliveira/ André Luiz Frambach). A direção artística é assinada por Carlos Araújo, enquanto o figurino de época é de Labibe Simão.

Uma das atrizes mais admiradas da TV, que surgiu na telinha ainda criança e conquistou o público com seus mais diversos personagens, hora meiga hora má, muito má mesmo, Gloria Pires está de volta, agora assumindo o papel dessa mãe de família, que terá de enfrentar o que a vida lhe reserva. Para a atriz, sua Lola não é exatamente uma feminista, mas sim uma mulher de sua época, com todas as dificuldades inerentes ao período. “A Lola tem bom senso e, embora o movimento feminista seja contemporâneo, ou até de antes dessa fase, os ecos desse movimento faziam parte da rotina das pessoas”, explica Gloria, mostrando que, nessa versão, a personagem ganhará algumas características diferentes, tendo mais opinião sobre outros aspectos da sociedade.

“Eu tenho a impressão de que a autora quer valorizar a sororidade, enaltecendo o papel que sempre foi das mulheres, mesmo não sendo reconhecido, de mola propulsora, pois são elas, e ainda o são em grande parte do tempo, quem tem a função de cuidar da família; por isso mesmo, estão ligadas a um pensamento de futuro, da educação dos filhos, da manutenção do lar, do casamento como instituição”, conta. E é seguindo esse raciocínio que Glória afirma sentir que a autora traz um ar novo para essa história, ao colocar em destaque o sentido de irmandade. “Na trama escrita pela Angela (Chaves), as mulheres se protegem, e isso é algo novo, pois a dramaturgia se serve muito dessa visão antiga, de mulher que vê mulher como rival – e essa visão antiquada feminina não está na novela.”

De acordo com Glória, a história caminha com a família, que é o foco da trama, mas ela ressalta que a casa em que moram também é um personagem importante, que representa a união de seus moradores, guardando suas conquistas e sonhos. Apesar de se uma novela de época, passada em três décadas, de 1920, 30 e 40, trata-se de uma história atemporal. “O que existe hoje sempre existiu, porque são conflitos humanos, e a gente observa na história da humanidade pessoas que saíram da caixinha, porque existia a necessidade de se impor, achar seu lugar, ser reconhecido, pessoal ou profissionalmente”, afirma Glória.

Para viver essa mulher, nessa versão da novela primando pelo ponto de vista feminino, com uma Lola questionadora, amorosa e determinada, Glória revela que teve inspiração nas mulheres de sua família. “Sem dúvida minha mãe e minha avó estão muito presentes, pois volta à mente da gente coisas que ouvia delas, expressões, pensamentos”. Nas adaptações anteriores de “Éramos Seis”, a personagem de Dona Lola foi interpretada Gessy Fonseca, Cleyde Yaconis, Nicette Bruno e Irene Ravache. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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