A cerimônia do Globo de Ouro 2020 – o principal prêmio da indústria do entretenimento de Hollywood depois do Oscar – ocorre neste domingo, 5, e no Brasil terá transmissão exclusiva do canal pago TNT. A transmissão começa às 21h, com o tapete vermelho do Hotel Beverly Hills, em Los Angeles, onde estarão Phelipe Cruz e Carol Ribeiro. Do Brasil, a cerimônia é apresentada por Dane Taranha com comentários de Michel Arouca. Os assinantes do canal também podem assistir à premiação pelo serviço de streaming TNT Go. A plataforma funciona no site ou com o aplicativo para quem possui o canal pelas operadoras Vivo, Claro, TVN, Cabo Telecom, Multiplay, Sky, Algar Telecom, Oi e Net.

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Pela quinta vez, o apresentador e mestre de cerimônias será o comediante inglês Ricky Gervais. Em 2019, Sandra Oh foi a primeira mulher de origem asiática a apresentar o prêmio, uma espécie de mudança progressista pela qual a Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood (uma entidade de 88 membros que entrega o Globo de Ouro ) não é muito conhecida. A escolha de Gervais – um comediante conhecido por não ter muitos rodeios – foi criticada nas redes sociais justamente por ele ser pouco sensível às pautas identitárias, tema latente em Hollywood nos últimos três anos, após os movimentos #OscarsSoWhite, #MeToo e Times Up.

Em uma longa entrevista à revista The Hollywood Reporter, publicada nesta semana, o britânico se defendeu. “As pessoas defendem a ideia de liberdade de expressão até que ouvem algo que não gostam”, comentou Gervais. “Acho que é algo bom não ser racista, sexista ou homofóbico. Mas não é bom não ter permissão para fazer piadas sobre essas coisas, porque é possível fazer uma piada sobre raça sem ser racista. Fico feliz de cumprir as regras. Só que as 200 milhões de pessoas assistindo têm regras diferentes. Essa é a questão. Quando dizem que eu saí da linha, digo que eu não estabeleci linha nenhuma, foram eles. É relativo, é subjetivo.”

O criador do The Office britânico também afirmou que “não diz o indizível, porque se eu fizesse isso, as pessoas não ririam, elas simplesmente sairiam da sala”. Segundo o próprio, uma regra pessoal é não zombar de coisas que as pessoas não podem escolher, como a cor da pele, o sexo ou onde nasceram. “É uma regra minha, não da comédia. No fundo, quero que as pessoas saibam que não sou racista, homofóbico ou sexista.”

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Já houve críticas na imprensa americana também em relação ao pouco número de mulheres indicadas nas principais categorias, especialmente na parte de cinema e direção.

Uma extensa reportagem do The New York Times em dezembro questionou o fato de sucessos de crítica e bilheteria, como Adoráveis Mulheres (Greta Gerwig), The Farewell (Lulu Wang), Booksmart (Olivia Wilde), As Golpistas (Lorene Scafaria) e Queen & Slim (Melina Matsoukas) terem poucas ou nenhuma indicação nas principais categorias. A ver como Gervais e os outros apresentadores vão lidar com essas questões.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.