Após três anos fora da São Paulo Fashion Week, Gisele Bündchen transformou o desfile da Colcci em grande evento. Houve tumulto na porta, discussão e muitos ficaram de fora. Modelos de outros desfiles tentavam entrar, e muitos convidados trouxeram parentes. Até o prefeito Gilberto Kassab (DEM) apareceu. E quando Gisele surgiu na passarela, a platéia ficou de pé, assobiou e gritou ?gostosa?. A top retribuiu com um leve sorriso e levantou a mão num gesto de paz e amor.

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Ela entrou com calça jeans de cintura alta, quase branco, e top de tie dye curto. O look se repetiu em outras peças da coleção, com influência dos anos 70. Colcci não surpreendeu nas roupas básicas, mas apresentou bons vestidos manchados, com rendas, bordados e babados. Acertou na camisaria feminina. Conhecida por uma modelagem comercial e jovem, a Colcci evolui ao deixar os looks menos poluídos. Outra estrela festejada – bem menos que Gisele -, Rodrigo Hilbert, pai dos filhos de Fernanda Lima, desfilou de calça jeans clara e camiseta vermelha manchada.

De manhã, o povo da moda viu as coleções de Glória Coelho e seu filho, Pedro Lourenço (filho do também estilista Reinaldo Lourenço), no Shopping Iguatemi. A apresentação de Pedro foi bem curta. Livre do compromisso comercial, apresentou coleção em que exercita a construção das roupas. Partiu da imagem de asas para produzir estampas e aplicações. ?Ele está fazendo a lição de casa, realizando um trabalho de expressão. Quero contribuir para que ele aprenda cada vez mais?, reforçou a mãe.

Na Bienal, a tarde começou com a estréia de Maria Garcia – segunda marca da Huis Clos. A coleção, inspirada na música Coney Island Baby, de Lou Reed, foi dividida em três partes: paraíso, praia e declínio. Em seguida foi a vez de Mario Queiroz que usou a obra do artista venezuelano Jesus Rafael Soto, craque da arte cinética, como mote. A Paola Robba para Poko Pano apresentou biquínis para quem quer desfilar nas areias e não para as que gostam de tomar sol. Partes de cima e de baixo grandes, com alças e laterais largas marcaram a coleção, inspirada nos 50 anos da bossa nova.

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Simone Nunes também buscou inspiração na praia. Com estampas de elementos da natureza (ela buscou referência no trabalho da botânica Anna Maria Sibylla Merian, que estudava e ilustrava plantas e insetos no século 17), o vestido funcional foi a peça-chave. Além dos vestidos, a calça de cintura alta e bem marcada fez par com o cinto de nó naval. O maiô, o biquíni flúor por baixo das roupas e o tomara-que-caia reforçaram a coleção. Já Samuel Cirnansck apresentou coleção inspirada numa época imperial, que remetia a jardins franceses do século 19. Fez todo o desfile em tom creme, inclusive as roupas.