Voz, violão e alguns convidados. Com apenas esses elementos, Gilberto Gil gravou seu show, que agora pode ser conferido no CD e no DVD “Bandadois”. Eles são resultado de duas apresentações realizadas no Teatro Bradesco do Shopping Bourbon, em São Paulo, nos dias 28 e 29 de setembro.
O lançamento não é mais uma versão de “Unplugged”, o bem-sucedido álbum de 1994 no qual o artista gravou canções famosas com a banda desplugada. Neste espetáculo, dirigido pelo cineasta Andrucha Waddington, Gil está sozinho com seu violão e canta de costas para o público na maior parte do tempo, sentado em um banquinho sobre um palco giratório.
Antes de entrar em cena, Gil conversou com Liminha, que produziu o trabalho. Dele, ouviu que a gravação era como voltar ao começo da carreira, e Gil emendou que o registro seria então como se estivesse no aconchego do lar, sentado no sofá, ele e o instrumento. E assim foi. Sobre o palco giratório, Gil às vezes dá as costas à plateia. A iluminação, focada apenas no músico, ajudou a criar o clima intimista, mesmo no imenso teatro que tem capacidade para mais de 1,5 mil pessoas.
O repertório traz músicas de várias fases da carreira. Seu filho Bem Gil faz participações com violão, pandeiro e tamborim em algumas faixas. Como convidados especiais sobem ao palco o outro filho, José Gil, que dá sua contribuição em “Refavela” e “Babá Alapalá”, e a cantora Maria Rita, que assume o microfone em “Amor Até o Fim”.
O repertório inclui ainda os clássicos “Flora”, “Super-homem – A Canção”, “Saudade da Bahia” e “Expresso 2222”. Todos adaptados para a versão acústica. Das três inéditas, “Das Duas, Uma” é poesia pura. “Quatro Coisas” aposta na melodia e “Pronto Pra Preto” (incluída apenas no DVD), exalta as conquistas dos negros. O DVD chega com 23 faixas e o CD, com 16.