São Paulo – O convite recebido pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, para abrir o show Tributo pela Paz, amanhã, às 19h, nos jardins da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Estados Unidos, foi feito pelo secretário-geral do órgão, Kofi A.Annan. O evento é uma homenagem ao embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque, e a todos os outros mortos no atentado em Bagdá, no dia 19 de agosto.
“Eu estou indo com muita honra e com muito gosto”, disse Gil. Ele contou que Annan declarou aos próprios assessores, durante o velório de Vieira de Mello, no Rio de Janeiro, que o luto da ONU, embora profundo e necessário num momento de respeito ao trágico desaparecimento do representante no Iraque, precisava ser vivenciado, porém superado em algum momento.
“Alguns dias atrás ele (Annan) disse que havia chegado o momento de superar o luto do Vieira de Mello e que a sede da organização seria o espaço onde ele gostaria que acontecesse a celebração dessa superação”, contou o ministro.
“Aí sugeriram a ele que me convidasse para fazer uma apresentação que tivesse este caráter de ritualizar a passagem do luto para o retorno à vida normal”, acrescentou.
Segundo o ministro, o convite foi considerado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo presidente Lula como “muito oportuno”, até porque este show vai acontecer dois dias antes do discurso do presidente na abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas.
O concerto também será dedicado ao Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, e “a todos os que acreditam na harmonia e lutam para que a paz e a esperança sejam permanentes entre os homens”, disse Gil. A data é consagrada pela ONU como um dia mundial de cessar-fogo e de não-violência, durante o qual todas as nações e todos os povos são convidados a pôr fim às hostilidades.
O repertório, segundo Gil, será variado, com canções em inglês, francês e em português. A abertura será Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, seguida por quatro canções pacifistas: “Imagine” (John Lennon), Let it be (Lennon & McCartney), No woman, no cry (Bob Marley) e A Paz (Gil e João Donato). A ONU pediu que Gil levasse também os técnicos e músicos que o acompanham há 40 anos na sua carreira de cantor e compositor.
