Nova York – O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, juntou-se à banda do ministro da Cultura, Gilberto Gil, que homenageou na noite de sexta-feira, na sede do organismo, em Nova York, os funcionários das Nações Unidas mortos em atentado no mês passado em Bagdá. Annan tocou percussão e animou os presentes à cerimônia em memória do alto comissário da organização para os Direitos Humanos e chefe da missão das Nações Unidas no Iraque, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, entre outros que morreram no ataque terrorista. Gil manifestou interesse em estimular o programa da Unesco ?Diálogo entre Civilizações?. O programa enfatiza a educação como instrumento, a ciência e a tecnologia como motores da conexão global, tendo em vista a preservação da diversidade cultural e dos valores espirituais.
Ao falar em Nova York, Gilberto Gil lembrou que o Brasil tem o perfil ideal para acolher o programa. ?Nós entendemos que o Brasil tem o perfil próprio de nação para acolher um programa desse tipo. Além desse aspecto, o Brasil tem, no seu próprio exercício histórico, uma dimensão de conciliação de várias civilizações. Nós temos, no Brasil, os judeus, os árabes, os índios, os africanos de vários matizes, os europeus e os asiáticos. Temos esse ?melting pot? racial, cultural, étnico e sociológico, que nos capacita para ser uma sede importante desse programa. Além disso, o fato de termos no Brasil e, portanto, no Hemisfério Sul, um braço da ONU, eu acho que é uma coisa muito importante?, afirmou Gil.
