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Gil eufórico ontem em São Paulo e
querendo mais dinheiro para o MinC.

Em meio à turbulência de uma reforma ministerial, a cultura faz planos. O ministro da Cultura Gilberto Gil, disse ontem em São Paulo que espera contar com um aumento do orçamento federal para a cultura no ano que vem. "Se os números acordados forem mantidos, será algo em torno de 0,6%" afirmou Gil. Atualmente, o MinC conta com 0,4% do orçamento da União – isso representa cerca de R$ 238 milhões. Na nova situação, poderá chegar a R$ 288 milhões a verba.

O ministro diz que continua lutando para que o orçamento de sua pasta chegue a 1% do orçamento da União, mas suas vitórias nesse quesito continuam em ritmo homeopático. No primeiro ano em que pôde reivindicar um aumento já na gestão petista, Gil viu sua pasta ganhar 70% de reajuste – pulou de R$ 130 milhões em 2003, último ano da era FHC, para R$ 220 milhões em 2004.

Segundo Gil, o novo orçamento de 0,6% é apoiado ("Tem acenos", segundo definiu) dos ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil da Presidência da República. Ele lamentou a saída de Carlos Lessa do BNDES. "Sinto. Temos um relacionamento muito bom com o Lessa. Ele tem sido inspirador, estimulando projetos em colaboração com o ministério." Lamentou também a saída de Cássio Casseb do Banco do Brasil, com quem tinha planos de estimular financiamento de reforma e construção de salas de exibição. "Esperamos continuar com o bom relacionamento com os sucessores."

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Em São Paulo para lançar um programa do MinC para apoio à produção de jogos eletrônicos, ele participou da abertura oficial da feira Electronic Game Show – EGS 2004, que vai até domingo, no Expo Center Norte, em São Paulo. Estava acompanhado do secretário do Audiovisual, Orlando Senna, e anunciou os vencedores de um concurso com as 36 melhores idéias para games nacionais.

"Essa é uma das formas de fazer com que não sejamos apenas importadores de games, mas também criadores", afirmou o ministro, que rechaçou alegação de que a maioria dos games hoje é violenta. "A violência faz parte da vida", disse. "O que está por trás, no entanto, é uma cultura de paz, de amizade."

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Segundo ele, o game deve ser reconhecido como um universo cultural, que conjuga elementos de cinema, literatura e comics, e é preciso estimular jovens brasileiros a criar seus próprios jogos. "Houve o tempo em que os games eram vistos com certas desconfianças. Foi assim com quase todas as mídias das artes. O Dom Quixote (livro de Miguel de Cervantes) parodiava essa incompreensão diante do novo", afirmou o ministro, que tocou um bongô eletrônico na feira e brincou com garotos que jogavam em máquinas.

Segundo Gil, o mercado de games movimentou US$ 33 bilhões em 2003 e deverá fechar 2004 com US$ 50 bilhões. Seu crescimento anual é de cerca de 20%, bem maior do que outras atividades. Esse mercado do "infotenimento", como definiu, deveria ser objeto de políticas públicas sérias.