O Museu do Louvre servirá de palco para shows e exposições brasileiras. |
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, anunciou ontem, em São Paulo, os projetos selecionados para representar o País no Ano do Brasil na França, entre março e dezembro de 2005. São cerca de 400 eventos e shows em áreas como teatro, cinema, dança, grupos folclóricos, fotografia, gastronomia, esporte, música, artes plásticas, design e literatura.
O presidente do Comissariado Brasileiro responsável pela organização do evento Brésil, Brésis, André Midani, anunciou que 60% da programação já está fechada e vai ocupar espaços como o Museu do Louvre, Museu d’Orsay, Musée Zadkine, Palais de la Découverte, Maison de l’Amérique Latina. Haverá mostras também em outras cidades, como Nice, Cannes, Marseille, Toulouse, Nantes, Lyon, Lille, Rouen e Bordeaux.
Entre os eventos selecionados, está a montagem de Os Sertões, pelo grupo Oficina, dirigida por José Celso Martinez Correa. O fotógrafo Sebastião Salgado terá uma mostra com 150 fotos de seu acervo, a partir de setembro, na Galerie Photo Richelieu.
Uma das principais bases de mostras brasileiras será o Carreau du Temple (Rue Eugène Spuller, 3rd arrondis-sment), pavilhão de exposições com 2.400 metros quadrados de área, com shows e exposições. O próprio ministro Gil fará show na programação, que ocupará espaços como o La Villette, de Paris. “O Brasil tem ligações históricas fortes com a França”, considera Gil.
Além dele, haverá shows de Caetano Veloso, Marcelo D2, Dudu Nobre, Maria Rita, Carlinhos Brown e trios elétricos da Bahia e de Pernambuco, e grupos de mangue beat e forró.
O Museu d’Orsay vai sediar a mostra A Fotografia Brasileira no Século XIX, com uma retrospectiva de trabalhos que fazem parte dos acervos da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro e do Instituto Moreira Salles.
Petrobras lança programa cultural
Com show dos sambistas Walter Alfaiate e Moacyr Luz e canja do ministro da Cultura, Gilberto Gil, a Petrobras lançou na sexta-feira, em sua sede, a segunda edição do Programa Petrobras Cultural. Serão R$ 61 milhões (R$ 1 milhão a mais do que no ano passado) em patrocínios a serem executados até dezembro de 2006. Do total, 75% será destinado à seleção pública. Os R$ 15,5 milhões restantes vão para os projetos de escolha direta da empresa, que serão anunciados no dia 19. A inscrição dos projetos vai até 14 de janeiro e informações podem ser obtidas no site www.petrobras.com.br.
O programa tem dois eixos. O primeiro, preservação e memória (R$ 11 milhões), compreende as áreas de memória das artes; patrimônio imaterial; apoio a museus, arquivos e bibliotecas. O segundo, produção, difusão e reflexão, contempla cinema (R$ 23,6 milhões), música (R$ 7,9 milhões) e as artes cênicas (R$ 3 milhões, a serem complementados pela Funarte). No caso dessas últimas, que englobam teatro e dança, um edital à parte será lançado.
“Cabe ao Estado parcela significativa dessa tarefa de desenhar o modelo de financiamento da cultura e identificar os setores culturais, entre eles os mais frágeis”, disse Gil. Ele ressaltou a atuação do BNDES, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Nordeste, este oferecendo microcréditos, e afirmou que as políticas culturais devem assumir a dimensão de políticas públicas.