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George Lucas, criador de Star Wars, completa 75 anos

Tudo poderia ter acabado naquela tarde de terça-feira, 12 de junho de 1962. O jovem George Walton Lucas Jr., de 18 anos, dirigia o Fiat de volta para casa, em Modesto, na Califórnia. Ao fazer uma conversão, olhou o retrovisor, não viu nada, foi em frente. Outro carro, a toda velocidade, colidiu com o dele. George Jr. ficou em choque, não conseguia respirar, o pulso era apenas perceptível. Os prognósticos eram terríveis, mas ele sobreviveu e, no leito de hospital, jurou a si mesmo que ia tomar jeito na vida. Nada mais de notas baixas. Um foco na vida.

Salvou-o – será? – o cinema. Pois George Jr. Decidiu que ia ser cineasta. Cursou a UCLA, tornou-se amigo de futuros grandes cineastas como Francis Ford Coppola e Steven Spielberg. Fã de ficção científica, criou uma saga intergaláctica em nove episódios. Três trilogias. Quando começou a produção, com pouco dinheiro, não havia verba nem tecnologia para o que ele estava querendo fazer.

George Jr. iniciou a segunda trilogia, com a criação do herói, Luke Skywalker, influenciado pelo mitólogo Joseph Campbell. O sucesso planetário de Guerra nas Estrelas permitiu-lhe fazer com mais conforto O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, com o confronto entre Luke e o vilão Darth Vader, que ocorre ser seu pai, Anakin Skywalker. Na ficção que ele imaginou, o mundo é regido pela Força e Anakin rendeu-se ao seu lado escuro.

No 2 e no 3, que viraram depois 5 e 6, George Jr. não dirigia mais, só produzia. Irwin Kershner dirigiu O Império e Richard Marquand, O Retorno. George Jr. seguiu produzindo – e ganhou rios de dinheiro com as sagas de Indiana Jones, dirigida pelo amigo Spielberg. Em 1999, há 20 anos, voltou a Star Wars, ao que seria a primeira trilogia. A Ameaça Fantasma, O Ataque dos Clones, A Vingança dos Sith. Escreveu e dirigiu os dois primeiros, escreveu, dirigiu e até atuou no terceiro, como o Barão Papanoida, mas agora o tema era a construção do vilão, a transformação de Anakin em Darth Vader – no fecho do terceiro filme da série.

George Walton Lucas Jr. nasceu em 14 de maio de 1944, o que significa que, nesta terça-feira, como naquela outra em que renasceu, está completando 75 anos. 75! Em 2012, há sete anos, vendeu sua produtora, a Lucasfilm, para a Disney por US$ 4 bilhões. Para contar a guerra nas estrelas, fundou uma empresa de efeitos, Industrial Light and Magic, que virou de ponta em Hollywood.

Teve dois filhos adotivos com Marcia, sua colega desde a escola. E é pai biológico de outra menina, nascida do segundo casamento, em 2013, com Mellody. Vive meio retirado, mas não recluso, no Rancho Skywalker, que leva o nome de seus personagens. Andarilho das estrelas, George Walton Lucas Jr. criou uma mitologia que faz dele um dos grandes visionários do cinema. Se errou na vida, não sabemos. No cinema, teve poucos fracassos – Howard the Duck, Willow, que só produziu. O melhor de Lucas? Veja aí, quem sabe você concorda.

Loucuras de Verão, 1973

George Jr. é tão identificado com a fantasia que a gente quase esquece que dirigiu essa joia contemporânea. Loucuras de Verão, o título brasileiro. Numa noite de 1962, o ano do seu acidente, George JR mostra um grupo de jovens fazendo loucuras na noite da Califórnia. Daqui a pouco estarão indo para a Guerra do Vietnã, vão até morrer. É seu melhor filme, como diretor. Tem uma trilha genial de hits e, no elenco, está Harrison Ford.

Star Wars, de 1977

No Brasil estreou como Guerra nas Estrelas, mas depois que virou Episódio 4, ganhou o subtítulo de Uma Nova Esperança. O começo de tudo, Luke, Han Solo, a Princesa Leia – ou Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher.

O Império Contra-Ataca, 1980

Perdido num planeta inóspito, Luke Skywalker descobre o pequenino Yoda, que lhe ensina que é possível mover o mundo só com a força da imaginação. Sem começo nem fim – é episódio intermediário -, o 5 é o melhor de todos, ponto para o diretor Irwin Kershner.

Caçadores da Arca Perdida, 1981

O primeiro Indiana Jones. George Jr. e Spielberg reconstituem o ritmo de seriado das matinês de antigamente. Um dublê de arqueólogo e aventureiro. O chapéu, o chicote, os nazistas, a Arca da Aliança. E Harrison Ford, Harrison Ford, Harrison Ford. Grande diversão.

O Retorno do Jedi, 1983

Psicanálise, dr. Freud. Luke precisa vencer – ou libertar – o pai, transformado em vilão – Darth Vader – para ser um homem integral, um herói. Richard Marquand dirige, um regalo da fantasia no cinema.

Indiana Jones e o Templo da Perdição, 1984

Dessa vez, o nome do herói já está no título e ele enfrenta fanáticos de uma seita que escraviza crianças na Índia. A ponte pênsil, a pedra gigantesca que ameaça esmagar Indy. Haja fôlego.

Star Wars Episódio 3, 2005

A vingança dos Sith. Pode ser que os filmes da segunda, nas verdade, primeira trilogia não sejam tão bem dirigidos. Mas fã de carteirinha se arrepia com a transformação de Anakin em Darth Vader. Quando Hayden Christensen coloca aquele capacete, o mito – do mal – está completo. Genial!

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