Além do desafio de dar humor a Caçadores de Obras-primas, filme que poderia ser mais um retrato dramático da sombria Segunda Guerra, George Clooney (que já havia se saído bem no papel de diretor em Boa Noite e Boa Sorte) tinha o desafio de responder a uma pergunta que, de tão óbvia, é crucial – vale a pena morrer por uma obra de arte?
“Por nossas vidas e por cultura, vale a pena lutar. Não se tratava de salvar um quadro, uma escultura, mas sim uma cultura. Os Caçadores não eram soldados comuns. Eram pessoas reais. Historiadores de arte, pintores, escultores, arquitetos, artistas, que foram recrutados para uma missão muito especial”, disse Clooney.
“Não seriam só obras que seriam destruídas, mas o registro de uma civilização, da cultura de um povo. Não é questão de perguntar se a arte é apenas bonita mas sim o que ela representa”, completou Matt Damon, que no filme interpreta James Granger, papel inspirado em James Rorimer, que se tornou o diretor do Metropolitan Museum of Art.
Para Clooney, além de entreter, Caçadores de Obras-primas, que faz sua première mundial na próxima quinta, na competição oficial do Festival de Berlim, tem a missão de levantar atenção para a questão de que até os dias de hoje centenas de obras ou continuam desaparecidas ou não foram devolvidas a seus donos.
Mais do que isso, como dizia Karl Marx, a história se repete. “Roubo e destruição de obras da humanidade, infelizmente, não são coisas do passado. Está acontecendo agora na Síria. Aconteceu há não muito no Iraque. É real, urgente”, alerta Clooney.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.