Em entrevista na tarde de hoje, em Paraty, na Flip, o escritor americano de origem russa Gary Shteyngart disse ser o humor, na literatura, uma das armas mais eficazes para a crítica política.

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“Acredito que o humor torna a literatura ainda mais palatável, acessível e eficaz quando se quer fazer critica política”, disse ele, que voltou à Rússia este ano acompanhado dos pais –estes, pela primeira vez em trinta anos.

“Foi estranho… Triste e alegre ao mesmo tempo, como se eu estivesse vivendo, na companhia deles, um choque muito violento de gerações”, contou.

Shteyngart se consagrou no fim da década passada ao lançar o livro “Absurdistão”, em que satirizava, pelos olhos de um playboy mimado e autoritário, os desmandos políticos da elite russa contemporânea.

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O escritor contou que, na infância, a literatura já se fazia presente na sua vida e que veio como herança dos pais, para quem o acesso a livros não era tão fácil. “A geração dos meus pais leu livros como “Lolita’ em cópias mimeografadas, por causa da repressão do governo”.

Sobre a atual geração de leitores, ele provocou: “O Twitter e o Facebook acabaram com cerca de 50% dos leitores”.

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Na Flip deste ano, ele lança “Uma História de Amor Real e Supertriste”, além de dividir uma mesa na tarde de amanhã com o americano Hanif Kureishi.

Bem humorado, falou sobre o sucesso do “booktrailer” do romance, estrelado por atores conhecidos como James Franco e Paul Giamatti.

“Eu não sei como funciona no Brasil, mas hoje, nos EUA, é praticamente impossível lançar um livro se oferecê-lo dessa forma, como um produto pop e vendável.”

E aproveitou para tietar escritores também presentes na Flip. “É mesmo um prazer imenso encontrar autores como Ian McEwan, Jennifer Egan, que eu adoro demais, e Teju Cole, num festa assim.”