Musa do tropicalismo lança CD só de voz e violão e assina os arranjos. |
Gal Costa em Bossa Tropical (Abril Music/MZA) oferece o seguinte presente: “Um instante de passado e presente, cenários iluminados pela sonoridade da sua voz, deslizando entre clássicos e modernos, trazendo de volta sucessos dos anos 40, como As Time Goes By, estouros dos Beatles nos anos 60 (The Fool on the Hill) e um sofisticado desfile de Gilberto Gil, Rita Lee, Tom Jobim, até o recente Titãs”.
Quem assim se sente gratificado é o escritor Carlos Heitor Cony. Outros fãs também. Gal Costa acaba de mudar de gravadora e está lançando Bossa Tropical, que vai culminar em show pelo País em 2003. O show, aliás, conta ela, foi pensado antes do disco. “Eu estava armando um espetáculo de voz e violão quando (Marco) Mazola me fez a proposta de produzir para a MZA”, recorda, dizendo que tudo foi resolvido em Salvador e o CD nasceu em quinze dias. Resultado: “Fizemos um disco simples com sonoridade sofisticada”.
São apenas quatro músicos, mas capazes, diz a intérprete, de produzir uma sonoridade que bem expõe sua voz. Ela faz o ouvinte observar que dessa vez está usando mais a região grave de sua voz “antes eu usava mais o agudo”. “E gravei o repertório que eu queria”.
Esse repertório vem a ser aquele que Cony aplaudiu. Intérprete da cantora mais respeitada no Brasil, Gal Costa tem razão: as grandes cantoras norte-americanas sempre fizeram releituras de grandes clássicos e “é importante que uma cantora como eu faça releituras”. Assim, o repertório é bastante eclético, com projeção internacional. E nele cabe Vander Lee, de recente passagem por palcos curitibanos, que Gal Costa não esconde admiração. E o coloca como mais novo da nova geração de MPB ao lado de Lenine, Zeca Baleiro e Chico César. O CD abre com uma de suas favoritas: Socorro, de Arnaldo Antunes e Alice Ruiz. E reserva uma deliciosa surpresa: Marcianita. Ouça e se sinta presenteado.