Fúlvio Stefanini faz rir como sapateiro em Alma Gêmea

Fúlvio Stefanini adora personagens cômicos. Tanto que não pensou duas vezes na hora de aceitar o convite para viver o sapateiro Osvaldo de Alma Gêmea, da Globo. Ao lado da esposa Divina, de Neusa Maria Faro, Osvaldo tem sido responsável por boas doses de humor na trama das seis. "Ele tem características próximas do público: é muito passional. Acho que isso que faz com que o personagem agrade aos telespectadores", comenta.

Dono de extenso currículo na tevê ao longo de 41 anos de carreira, com passagens pela Tupi, Excelsior, Band e SBT, Fúlvio está na segunda novela de Walcyr Carrasco – a primeira participação foi em Chocolate Com Pimenta, onde deu vida ao prefeito trapalhão Vivaldo. A parceria com o autor, contudo, não se restringe às novelas. Atualmente ele está em cartaz com o espetáculo Até Que o Sexo Nos Separe. "Gosto do ‘universo’ dele. É muito criativo, seja na tevê, como no teatro", elogia.

Com mais de 40 personagens na tevê, Fúlvio garante que o que mais o satisfaz na profissão é o fato de poder brincar com diferentes emoções. "É minha verdadeira paixão. Se, por acaso, não gostar de um determinado personagem, não faço", ensina. Apesar da extensa experiência, Fúlvio confessa que ainda não fez de tudo na telinha. "Mesmo participando de teleteatros, minisséries e novelas, falta um seriado", avisa.

P – É sua segunda novela do Walcyr Carrasco. Além disso, você já montou algumas peças dele e está em cartaz com Até que o Sexo nos Separe. O que mais o agrada no texto dele?

R – O que mais gosto é a possibilidade de podermos "bater uma bola". Isso aconteceu em Chocolate Com Pimenta. À medida que fazia a novela, criava algumas características para o personagem e ele as realçava depois. Com o Osvaldo é a mesma coisa. O mais curioso é que a origem do personagem era totalmente desconhecida e resolvi colocá-lo como um italiano. A idéia foi aceita na hora.

P – Você se incomoda com a interferência das pesquisas, que podem mudar os rumos de uma novela?

R – Acho péssima essa influência. Não acredito que o público tenha talento para "escrever" novelas, mas para assistir. À medida que as novelas são levadas para uma determinada direção, isso faz com que o autor fique preso, sem poder criar como gostaria. São amarras. Já houve quem dissesse que se Romeu e Julieta, na época em que foi escrita, dependesse da opinião de pesquisas, Shakespeare teria mudado o final e eles não morreriam. É absurda a interferência. Antes, isso não acontecia. E, olha, tenho bastante experiência na tevê.

P – Apesar de diversos personagens na tevê e no teatro, você fez pouco cinema. Nunca se interessou pelo cinema?

R – Não sou muito convidado. Mesmo assim, tive de recusar alguns convites, pois tinha outros trabalhos. Adoro fazer, mas, infelizmente, as boas histórias que apareceram na minha mão, acabaram escorrendo por entre os dedos. Acabei ficando mais no teatro e na tevê.

P – Você passou por diversas emissoras. O que está achando do atual momento da teledramaturgia brasileira?

R – Na minha trajetória, já vi diversas tentativas. Algumas de sucesso e com qualidade, mas que não continuaram. Foi o caso da Band, onde estive em Os Imigrantes" e "O Campeão, por exemplo. O mesmo aconteceu com o SBT, com Nilton Travesso, onde também estive. Na época, o Silvio Santos deixou escapar o bom momento. Mas é ótimo termos de volta Band, SBT e Record produzindo. Espero que realmente permaneçam.

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