Além de fotógrafo, Haruo Ohara (1909 – 1999) era também imigrante e lavrador. Por isso, soube fotografar como ninguém a terra, seus frutos, trabalhadores e objetos.
Até 27 de março, parte da produção do artista – apontado como um dos mais importantes nomes da fotografia brasileira da segunda metade do século XX – pode ser vista em exposição no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba.
A mostra reúne 150 fotografias em preto e branco produzidas por Haruo entre os anos de 1940 e 1970. A seleção integra o acervo com mais de 18 mil negativos do Instituto Moreira Salles, localizado no Rio de Janeiro.
“O acervo foi doado pela família de Haruo Ohara no início de 2008. O Instituto reúne acervos de importantes nomes da fotografia brasileira e busca divulgar os trabalhos através de diversas exposições”, diz o curador da mostra e da área de fotografia do Instituto, Sérgio Burgi.
Haruo Ohara nasceu no Japão e emigrou para o Brasil aos 17 anos, com os pais e irmãos, estabelecendo-se em Londrina, no norte do Estado. Ele cultivou a terra ao longo de boa parte de sua vida adulta, ao mesmo tempo que se dedicou com bastante afinco à fotografia. Ele utilizou a fotografia para registrar a luz e construir formas abstratas a partir de volumes e texturas de objetos e da natureza presentes em seu dia-a-dia.
“A exposição mostra os principais elementos da obra de Haruo, que é de altíssimo nível, de grande qualidade e muita sensibilidade. Sua obra tem três vertentes principais: a documentação humanista da fronteira agrícola, o retrato da realidade de uma família e a busca do desenvolvimento de uma linguagem fotográfica, através de imagens mais abstratas e formais”, comenta.
A mostra exibida no MON conta com o apoio da Caixa Econômica Federal (CEF) e do governo do estado do Paraná. Já esteve em cartaz em Londrina, São Paulo e Minas Gerais. A expectativa é de que possa ser levada, no final de 2012 ou início de 2013, para o Japão, onde deve ser colocada em cartaz na cidade natal do artista, Kochi.
Serviço
Haruo Ohara – Fotografias.
Em cartaz até 27 de março de 2011, no Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999). De terça a domingo, das 10h às 18h.
Ingressos: R$ 4,00.