O Fórum Identidade Paraná encerra suas atividades em Jacarezinho hoje, com as mostras dos resultados dos nove cursos que foram ministrados. As exposições dos trabalhos e apresentações acontecem na feira da Avenida Getúlio Vargas. Foram quatro dias de cursos, mostras, exposições e apresentações. O grupo Baiaka e o grupo de dança da FAP se apresentaram no primeiro dia, no segundo dia foi a vez do Coral da Fundinopi, sob regência do maestro Paulo Braga e a dança dos imigrantes com o grupo da Barra do Jacaré. No encerramento apresentaram-se o Octeto de cellos da Embap, dirigido pela professora Maria Alice Brandão, interpretando a versão original das Bachianas brasileiras n.º 5, de Villa-Lobos, com a soprano Tatiana Aguiar (foto), duo de flauta e cello e o Três no Choro. A mostra História e memória fotografias de Jacarezinho coordenada pelos professores Taise Conceição e Marcos Selonk se uniram às tradições orais com a Catira, Folia de Reis, ao artesanato local, e até a sopa de cascudo, tradicional da região. Na mesa-redonda interdisciplinar, que contou com a presença da doutora Soraya Saad Lopes e do diretor de Cultura de Jacarezinho, Danilo de Oliveira, foram levantadas questões metodológicas, culturais, jurídicas e sociais da identidade da região. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, promotora do forum, proporcionou a região esta importante aproximação dentre comunidade científica e população, tão importante para a humanização dos Saberes quanto para uma real discussão identitária em tempos de globalização.
Memória preservada
É inquestionável a importância, histórica, artística e cultural da Embap já fundada em 1948, que desde então vem formando músicos, escultores, gravadores, professores de música e desenho, pintores, fotógrafos e uma massa crítica onde tanto a estética musical como a plástica é aplaudida e reverenciada não só no cenário artístico paranaense, mas também no âmbito nacional e internacional.
Concertos, recitais, exposições, intervenções urbanas, projetos culturais, multiplicadores na área de licenciatura de música e desenho e ações voluntárias de responsabilidade social são uma constante na vida de quem faz parte da Embap. Porém, para todo esse patrimônio manter-se vivo é preciso que haja uma abrangente memória artística e documental.
Sabemos ser impossível negar o passado e trancar a porta onde cada momento tem seu registro. Um dos espaços que o provam é a reserva técnica, local reservado não apenas a guarda de acervo, mas que adota vários procedimentos para que sua preservação e conservação prolonguem-se pelo maior tempo possível. Quando há preocupação neste campo e uma equipe consciente isto é possível. Na Embap, um minucioso processo de higienização, catalogação, e acomodação de peças das mais variadas técnicas e materiais foi montado: nas telas temos o mapeamento dos trainéis (local onde as telas ficam penduradas após sua devida higienização), que está dividida em retratos, paisagens, natureza morta, abstrato e figurativo, tornando, desta forma, a localização rápida e eficiente. Ao deslocar o trainel é possível saber o lado e posição em que a obra encontra-se. Em caso de empréstimo o local fica vazio até o seu retorno, e, além dos devidos registros com fotos, histórico e outros dados, nos arquivos existe o número de registro, título, artista, acervo, e ano de cada obra; no verso da moldura um carimbo com o número de registro e um adesivo correspondente ao estilo a que pertence, como, por exemplo, ?registro azul?, ?registro verde?…
Segundo Maria Helena Ferreira, que trabalha no acervo da Embap, ?este tipo de diagramação é extremamente prática, e pelas reservas que conhecemos declara-é a mais rápida e também segura?. Toda e qualquer obra que sai da instituição para empréstimo é feito uma ficha com local, as datas de início e término de exposição desta obra, responsável, e também uma ficha de conservação da obra, desde a moldura chassi, camada pictórica, estado da tela, e alguns problemas já existentes.
Como é feito no acervo da Embap, também é possível trocar os materiais inadequados, como eucatex, por melhores, retirando também todos os pregos das molduras, substituir os arames por cabos de aço plastificados, conforme o peso da obra. Os gessos devem ser acondicionados nas prateleiras, embalados em lençol cirúrgico, e amarrados com cordão de algodão.
Também existe o adequado controle de unidade relativa e temperatura do ambiente duas vezes ao dia, coletando dados para traçar um gráfico destas variações. O acervo da Escola de Música e Belas Artes do Paraná está aberto diariamente pela manhã e tarde, e no período noturno sob agendamento. Lá é possível ter contato com obras de Theodoro de Bona, Guido Viaro, Arthur Nísio, Traple, Zaco Paraná, João Turin, Bento Mossurunga, entre outros.
Do acervo
Encerra nesta quarta-feira o IV Fórum de Pesquisa em Artes da Embap. Coordenado pela professora Elisabeth Prosser e uma ilustre comissão de seleção dos trabalhos, reúne mesas de exposições e debates das áreas de música e artes visuais. Na quarta, o encerramento é às 20h30, no auditório Bento Mossurunga da Embap, com um concerto performático interartes. Informações no wwwembap.pr.gov.br
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