Forma e conteúdo

Débora Lamm é um bom exemplo das metamorfoses que um ator enfrenta. Em 2003, em Celebridade, da Globo, a atriz quase não chamava atenção. Na novela de Gilberto Braga, ela era a simpática repórter gordinha e de cabelos cacheados da novela. Atualmente, na série Avassaladoras, da Record, Débora é uma das poderosas protagonistas. Na pele da Betty, uma autêntica devoradora de homens, a atriz vem chamando a atenção com uma personagem dona do próprio nariz e que não parece muito preocupada com a opinião alheia. "A devoradora de homens existe em qualquer lugar, é um tipo clássico. Conheço várias mulheres assim", ameaça.

 Débora não esconde a satisfação com a visibilidade que conseguiu com o novo trabalho. A mudança de emissora e a participação em um seriado com o formato de Avassaladoras também são motivo de alegria para ela. Mais do que isso, até a auto-estima de Débora acabou influenciada pelo novo visual, já que agora a atriz está cerca de oito quilos mais magra e com um estilo, digamos, mais agressivo. "Antes eu fazia a linha intelectual. Agora, ruiva e de cabelo liso, eu estou fazendo a linha ?fiu fiu", diverte-se.

P – Fazer uma das protagonistas numa produção aumenta a pressão sobre o ator?

R  – Nem um pouco. Eu sinto mais oportunidade e mais espaço para me expressar e mostrar meu trabalho. Não existe esse peso. Ao contrário. É muito mais difícil você fazer um papel menor, onde você funciona como escada para outros papéis. Fazer um papel onde você tem bastante material para trabalhar é mais fácil. Estou muito feliz e acho que isso se reflete no resultado. Todos nós estamos muito felizes com o que estamos fazendo.

P – É muito diferente compor um personagem para uma série e para uma novela?

R  – É diferente porque cada episódio tem início, meio e fim. É uma obra fechada. A novela é uma obra aberta e você vai jogando com o que o público gosta. O público palpita mais. Aqui é uma obra fechada, você pensa cada episódio. A Betty, por exemplo, pode assumir vários personagens, num episódio ela pode estar de uma forma e, no outro, assumir uma outra postura. Não se tem necessariamente uma continuidade. São episódios. E completamente diferentes.

P – A Betty é uma personagem engraçada. Esse humor é uma característica sua?

R  – É uma questão de ótica minha. Eu sou uma pessoa que vê o mundo de uma forma engraçada. Eu olho o mundo dessa forma, costumo ser engraçada na vida. Sem querer, às vezes eu falo alguma coisa e os outros já estão rindo. Porque o meu ponto de vista é esse, toda situação pode ser engraçada. Eu tenho essa facilidade. Mas acho que todas as avassaladoras são engraçadas. E eu também tenho uma familiaridade com a comédia praticamente desde que eu nasci. É de família, está no gene.

P – Você é uma mulher avassaladora?

R  – Eu me sinto mais avassaladora quando estou mais feliz, quando não tenho nenhum pudor de mostrar no que acredito, nem nada do que me impressiona ou do que eu gosto. Me sinto mais avassaladora quando sou eu mesma. Sou uma pessoa muito autêntica, mas ao mesmo tempo sou muito conciliadora. Me falta um pouco de agressividade. Nesses momentos eu não sou avassaladora. Mas posso virar uma mulher avassaladora dependendo do momento.

P – Como foi mudar fisicamente para fazer a personagem?

R  – Não emagreci especificamente para a personagem. Eu já vinha num processo de emagrecimento antes. Principalmente porque eu trabalho com imagem, percebi que tinha de ceder em algumas coisas, apesar de acreditar que o talento seja primordial. Mas a gente trabalha com imagem, é importante que eu me sinta bem. Eu já vinha nesse processo e, quando fiz o teste para Avassaladoras, já estava mais magrinha. Perdi uns oito quilos, mais ou menos.

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