Alberto Rosenblit ficou conhecido como autor de trilhas sonoras de telenovelas. Entre as mais recentes estão as de Páginas da Vida e Tapas & Beijos. Foram 16 até o momento, 9 delas dirigidas por Ricardo Waddington. No entanto, aos 59 anos, o nome do maestro carioca é pouco lembrado fora do circuito televisivo. Isso deve mudar com o CD Mata Atlântica, só agora lançado, mas concebido há quatro anos. É uma requintada produção com grande orquestra e participação de músicos como Jacques Morelenbaum, Paulo Jobim, Bernardo Bessler e Paulo Sérgio Santos, reunindo composições já gravadas e outras mais recentes.

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Rosenblit, modestamente, se define como um músico a serviço dos diretores da TV, mas seu disco Mata Atlântica é um trabalho autônomo, trazendo quase todas as faixas assinadas por ele (as exceções ficam por conta de Guanabara, que traz como parceiro Paulinho Tapajós, e Navegante, música de Fernando Leporace e Alexandre Lemos).

Entre as composições mais antigas estão Uma Valsa, de 1984, em que se destaca o solo de violoncelo de Jacques Morelenbaum, e Jobiniana, concebida na mesma época, que, como sugere o título, é uma homenagem ao maestro e compositor carioca Antonio Carlos Jobim (1927-1994), ídolo do músico.

Em comum com Jobim, Rosenblit tem não apenas um acento bossa-novista, mas o amor pela natureza. A exemplo do autor de Águas de Março, ele busca uma correspondência entre a escala cromática da natureza e a musical. Imagem, para ele, é invariavelmente o ponto de partida de suas composições. “Em certa medida, Mata Atlântica é um disco muito carioca, evocando a fauna e a flora da floresta.” Música como mera abstração, justifica Rosenblit, “não funciona muito bem”.

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ALBERTO ROSENBLIT – ‘Mata Atlântica’ – Som Livre. R$ 27,90

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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