Fiscais da Secretaria Municipal de Ordem Pública estiveram no inicio da tarde desta sexta-feira na Bienal do Rio, para checar de que forma o livro em quadrinhos Vingadores, a Cruzada das Crianças estava sendo comercializado. Sob vaias de parte do público, os fiscais percorreram vários estandes, mas não encontraram nenhum exemplar do livro.
Menos de 40 minutos depois da abertura da Bienal, o livro já estava esgotado nos 520 estandes. Na véspera, o prefeito Marcelo Crivella havia criticado o livro, que apresenta personagens gays. A prefeitura informou que não se trata de homofobia, mas sim do respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que recomenda que “publicações com cenas impróprias a crianças e adolescentes sejam comercializadas com lacre”.
De acordo com a presidente da Comissão de Direitos da Criança e do Adolescente da OAB, Suzana do Monte Moreira, a determinação do estatuto só se aplica a casos em que há imagens de nudez ou sexo explícito. No caso do livro da Marvel, há somente uma imagem de um beijo entre dois homens inteiramente vestidos dentro do livro, não na capa. A especialista lembra que o casamento (e a família homoafetiva) é reconhecido no País desde 2011 e que a homofobia é considerada crime – similar ao racismo.