Qualquer pessoa conectada pode realizar seu próprio video e mostrá-lo online – e isso já não é mais novidade. O que tem chamando atenção é que, entre milhões de anônimos, há cada vez mais diretores mundialmente famosos fazendo uso da internet como meio de chegar a seu público de forma dinâmica, rápida e democrática.

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Ridley Scott realizou o projeto A Vida em Um Dia, com a colaboração de milhares de internautas que filmaram um dia de suas vidas; o brasileiro Carlos Gerbase lançou simultaneamente, em 2012, seu longa Menos Que Nada nos cinemas, na internet, em DVD e na TV; Larry Clark (de Kids) lançou seu Marfa Girl diretamente na internet, com fins comerciais, E agora há o modo Mostra Grátis Cine.

“Não estou desistindo do cinema, que é grandioso. Continuo com a Drama Filmes, uma produtora convencional de cinema, que gera empregos”, explica Brant. “O que fazemos com a Mostra Grátis Cine inviabiliza qualquer formatação para mercado. Ao abrimos mão de comercializar, saímos do formato e nos tornamos livres quanto ao tema, tempo e duração”, completa o diretor, que se tornou nacionalmente reconhecido com longas como Os Matadores e O Invasor. “Este lado da criação informal, que não é pessoa jurídica, chamo de Coletivo Fata Morgana, que rodou Modo Ave durante o Festival de Arte Serrinha 2012. Junto com colaboradores como A Cúpula, a banda Mustaches e Os Apaches, entre outros, formamos um coletivo criativo que traz novas maneiras de difundir e pensar cinema.”

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Para Brant, Luciana Brites e Cisco Vasques, a decisão de estrear Modo Ave e Absurdo Fantástico diretamente na internet levou em conta vários fatores. “Além do suporte online, se pensarmos em termos de conteúdo, o cinema comercial cada vez mais elege uma forma de sucesso. Como é muito caro, a forma que funciona comercialmente prevalece. Quem se dedica à diversidade tem que buscar caminhos alternativos. E a internet é uma ferramenta potente. Não é só pelo meio, mas também pela dramaturgia, pela experimentação, autenticidade”, diz Brant. “Hoje em dia, até mesmo os concursos públicos que premiam roteiros de filmes baixo orçamento, que deveria ser um lugar de experimentar, estão elegendo filmes com potencial comercial. Temos de ir por outros meios.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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