Pensar em adquirir um ingresso para um grande show em São Paulo funde a cabeça de qualquer um antes mesmo das bilheterias serem abertas. São filas que contornam quarteirões, congestionamentos na internet, preços salgados, atrasos inexplicáveis. Pronto para rebater com conforto a maratona de se chegar vivo ao final de um concerto, a maior banda de rock dos últimos 30 anos decidiu sair na frente.
A estréia de U2 3D nos cinemas é um verdadeiro marco para a indústria do entretenimento. No filme/show de uma hora e meia, é possível ser atingido por uma chuva de água vinda do público, sentir o suor de Bono enquanto ele canta Sometimes You Can’t Make It OnYour Own e observar de perto a interação entre os quatro integrantes do U2 em cima do palco. Isso tudo sentado, sem aperto ou qualquer imprevisibilidade climática.
Os paulistanos poderão se deliciar com toda essa tecnologia a partir de amanhã, nas cinco salas que suportam o formato 3-Dimensões na cidade. Com óculos especiais e pouco mais de R$ 20 retirados do bolso, o vocalista Bono, o guitarrista The Edge, o baixista Adam Clayton e o baterista Larry Mullen Jr. vão estar a menos de um metro de alcance.
Para os brasileiros, o concerto é ainda mais especial. As imagens foram capturadas em quatro cidades, no ano de 2006, durante a turnê Vertigo Tour. Cidade do México, Buenos Aires, Santiago e São Paulo fazem parte do “pacote turístico”.
São 15 músicas no total, que receberam pela primeira vez na história uma produção completamente direcionada para uma nova e fantástica tecnologia 3-D – todas as câmeras utilizadas foram especialmente elaboradas para o projeto. Com a expertise da empresa 3ality Digital Systems aliada à vivência do U2 no território de iPods e grandes telões de LCD, foi possível criar algo surpreendentemente próximo à experiência de um concerto ao vivo dentro de uma sala de cinema.
Um time dos sonhos se reuniu para transformar a magia em realidade. Em Buenos Aires, por exemplo, 140 pessoas foram recrutadas para levar o projeto adiante. Filmagens extras da banda, sem público algum, foram realizadas antes do concerto na capital da Argentina. “Minha idéia era transformar este filme em uma carta de amor aos fãs do U2 e o que precisávamos, a rigor, era posicionar no palco câmeras para closes mais íntimos”, diz o produtor Jon Shapiro. “Precisávamos, na verdade, filmar sem o público.”
O concerto em Buenos Aires é o mais presente durante o filme. Mesmo assim, cenas no estádio do Morumbi o entrecortam a todo momento. Numa delas, durante a apresentação da declaração dos direitos humanos, Bono cita nosso “hermanos” argentinos. O público não perdoa: “buuuuuuu!”. As informações são do Jornal da Tarde.