Lula, interpretado pelo ator mineiro Rui Ricardo Dias, retornou na quarta-feira (28) ao célebre estádio da Vila Euclides – arena que o aclamou líder metalúrgico – para gravar cenas do filme Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto, produção orçada em R$ 12,5 milhões que reconstitui mais da metade da vida do presidente da República, desde a infância dramática no sertão de Pernambuco até a campanha grevista no ABC paulista.
Nos arredores do centro de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, Vila Euclides – oficialmente Estádio 1º de Maio – é um marco na trajetória de Lula. Foi ali que ele fez comícios acalorados para multidões e tinha dia que eram 80 mil os seus seguidores.
Aos 30 anos de idade, 33 mais novo que Lula, Rui guarda alguma semelhança com o personagem que encarna – na voz, nos gestos e até na silhueta. Ele engordou 8 quilos desde o início de dezembro, quando o cineasta Fábio Barreto o elegeu para a missão. Os cuidados com o figurino são muitos. As roupas que ele veste, iguais à que Lula usava – calça cáqui, camisa azul com o maço de cigarros no bolso esquerdo, blusão bege.
Cobre o rosto do ator uma barba espessa e de fios escuros, como era a barba de Lula, e reforçada por um bigode postiço que a caracterizadora Ana Van Steen providenciou. Ele mantém o dedo mínimo da mão esquerda puxado para trás e preso por uma fita de esparadrapo.
Lula, o Filho do Brasil é uma biografia baseada no livro homônimo da jornalista Denise Paraná. “A história é uma superação das perdas”, revela Barreto. “Meu trabalho é o de humanizar o mito vivo que é o Lula, só não vamos entrar na fase política.” O roteiro começa com Aristides, pai de Lula, indo embora de casa, em 1945. O capítulo derradeiro é a morte da mãe, Eurídice Ferreira de Melo, dona Lindu, em 1980. O filme está na terceira semana de gravações e chegará às telas em janeiro de 2010.
