Ninguém é senhor do seu destino e isso é mais ou menos o que vai descobrir a protagonista de A Dona da História, vivida por Marieta Severo. Ela é Carolina, que arruma uma crise no seu casamento com Luiz Cláudio (Antônio Fagundes), justo quando resolvem vender o apartamento na Barra da Tijuca para fazer uma sonhada viagem ao exterior. O filme se dá em dois tempos. O atual é o da crise; no passado, quando o casal se conhece e vive o grande amor, Carolina é interpretada por Débora Falabella e Luiz Cláudio por Rodrigo Santoro.
Planejado para ser grande sucesso, A Dona da História poderia também ser interessante. Isso se recusasse o tom de caricatura para retratar os anos 60s, durante as revoltas estudantis, quando acontece o encontro de Carolina e Luiz Cláudio. Alguém acredita naquelas cenas de passeatas que pintam na tela? Ou nas serenatas daquele Che Guevara apaixonado, que vai cantar Guantanamera no balcão de sua Julieta, aliás, Carolina. Sim, o filme tem esses toques de amores proibidos, porque a moça é rica e o rapaz pobre, além de revoltado e, com toda a possibilidade, comunista. Só que no filme tudo isso é misturado e embalado de modo tão infantil que chega a dar dó daquele período histórico.