O pedido de Herbert Vianna aos diretores Roberto Berliner e Pedro Bronz, do documentário “Herbert de Perto”, que estreia hoje nos cinemas, foi para não fazerem um filme melodramático. Mesmo assim, é quase impossível segurar as lágrimas quando o ex-guitarrista do Legião Urbana, Dado Villa-Lobos, descreve a imagem que teve do ultraleve pilotado pelo cantor rodopiando no ar e se espatifando no mar. “Cada passo da recuperação de Herbert virava manchete de jornal. Não sabíamos que ele era tão querido assim”, diz Hermano Vianna, irmão do músico, em uma das cenas do documentário.
A superação do acidente, que matou sua esposa Lucy em janeiro de 2001, e o posterior retorno do cantor aos palcos são os pontos altos do documentário. Mas o filme não se resume a isso. Segundo o diretor Roberto Berliner, a maior dificuldade foi editar 25 anos de gravação. “Acompanho a banda há muito tempo. Temos muitas imagens”, diz Berliner, amigo pessoal de Herbert.
Depois de editadas todas as imagens, o diretor conta que foi até a casa de Herbert exibir o longa. “Fizemos a edição e mostramos o material. As reações dele ao documentário também estão no filme.” O documentário intercala imagens antigas da carreira do cantor com atuais. É o caso de quando a banda se apresenta pela primeira vez no Circo Voador, em 1981, e volta, 25 anos depois, com Herbert na cadeira de rodas. “Quando podia andar eu corria o palco e não via as pessoas. Agora observo a reação de cada uma delas na plateia. De certa forma, isso é um privilégio”, diz ele no documentário.
A opção por um documentário sobre o músico surgiu durante as longas esperas na porta do hospital. “Ficávamos lá angustiados. Não sabíamos o que poderíamos fazer para ajudar. Imaginamos que, ao registrar toda a sua recuperação, estaríamos cumprindo a nossa função”, diz o diretor, que acompanhou também os bastidores da banda em estúdio durante a gravação do disco “Hoje”, lançado em 2005. As informações são do Jornal da Tarde.