O diretor Nelson Hoineff (de Alô, Alô, Terezinha) estreia hoje “Caro Francis”, no qual narra a trajetória do amigo e um dos mais importantes jornalistas brasileiros: Paulo Francis (1930-1997). Por meio de depoimentos de colegas de profissão, como os colunistas de O Estado de S. Paulo Daniel Piza e Nelson Motta, além de Diogo Mainardi e Boris Casoy, e políticos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a produção explora o caráter multifacetado do descendente de alemães nascido no Rio de Janeiro.
Crítico de teatro, ator amador e pós-graduado em literatura em Nova York, Francis assumiu sua primeira coluna política em 1963, quando apoiava a esquerda brasileira. Por problemas com a ditadura, mudou-se para Nova York em 1971. Lá, foi correspondente e passou a defender a direita.
O filme também fala do homem Paulo Francis. A jornalista Sonia Nolasco, sua mulher por mais de 20 anos, revela a paixão do marido por ópera, a decisão de não terem filhos e o sofrimento dele pouco antes de morrer de ataque cardíaco, diagnosticado como bursite.
O longa levanta, além de possível erro médico, a polêmica de que o estresse causado por um processo jurídico o teria levado à morte. Em 97, Francis acusou os diretores da Petrobras de terem contas na Suíça. O então presidente da estatal, Joel Rennó, pedia indenização de U$ 100 milhões.