Pouca gente se lembra, mas o verdadeiro pai do Dogma foi um jovem de 29 anos. Thomas Vinterberg foi o primeiro a filmar segundo as regras do movimento dos monges cineastas da Dinamarca. O filme era “Festa de Família”, de 1998. Alguns anos e muitos equívocos depois, ele foi aclamado no Festival de Berlim de 2010 e pela própria Academia Escandinava de Cinema, com “Submarino”. O filme estreou na sexta-feira (9). Vem somar-se a “Melancolia”, de Lars Von Trier. Em 2005, Vinterberg começou a ressurgir filmando um roteiro de Von Trier, “Querida Wendy”.

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Em Berlim, Vinterberg meio que explicou a acolhida excepcional que o filme teve em seu país com uma justificativa até certo ponto muito simples. Disse que “Submarino” é seu filme ‘mais escandinavo’. “Festa de Família”, pelo contrário, é, assumidamente, shakespeariano. Submarino baseia-se num livro cult de Jonas T. Bengtsson, que é um autor mais embasado na realidade, não apenas da Dinamarca, mas da Escandinávia. Narra uma história de queda e redenção, de ascese, como aquelas que nosso grande mestre, o maior de todos, (Carl Theodor) Dreyer, gostava de contar.”

Bengtsson escreveu, segundo os críticos, o livro definitivo sobre o underworld da Copenhague contemporânea. “Submarino” conta a história de dois irmãos que foram abusados e negligenciados por uma mãe alcoólatra. Cada um segue seu caminho e se reúnem, anos depois, justamente por ocasião da morte da mãe. Vinterberg põe seus atores, Jakob Cedergren e Peter Plaugborg, nas nuvens.

“Não sei o que teria feito sem eles. Em primeiro lugar, acho que nem teria feito o filme. Submarino exigia atores especiais e eles foram fundo na investigação de personagens que são, basicamente, difíceis. A ideia, aqui, é ir fundo na dor e no sofrimento, expor a vulnerabilidade. O que esses dois irmãos mostram, para mim, é que é preciso perder as cascas para renascer.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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