A lei é para todos

Filme da Lava Jato coloca Curitiba nos holofotes do cinema brasileiro

Foto: Marcelo Andrade.

Nunca antes na história das salas de cinema de Curitiba um filme estreou por aqui com tanta pompa: as primeiras exibições de Polícia Federal – A Lei é Para Todos ocuparam seis salas lotadas do Cinemark do Park Shopping Barigui nesta segunda-feira (28).

O longa-metragem dirigido por Marcelo Antunez conta os bastidores da investigação da operação Lava jato, que abalou a política brasileira, e vai estrear em todo o país no dia 7 de setembro, feriado da independência.

Seguindo o clima de superprodução (o filme custou cerca de R$ 15 milhões) o filme teve o tradicional tapete vermelho para a equipe de produção e parte do elenco estrelado. Os protagonistas Marcello Calloni, Flávia Alessandra e Bruce Gomleviski pousaram para fotos e atenderam a imprensa e o público antes da sessão. Quem também esteve por aqui foram os atores Rainer Cadete, Samuel Toledo e João Balda sserine.

As ausências mais sentidas foram a dos personagens centrais desta trama que aparecem pouco no filme, mas sobre quem tudo o enredo se desenvolve: o curitibano Ary Fontoura que interpreta o ex-presidente Lula e o Ator Marcelo Serrado, que interpreta o “juiz”, personagem sem nome baseado na figura do juiz federal Sergio Moro.

A produção foi em parte filmada em Curitiba e contou com a assessoria direta de agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. A maior parte dos agentes públicos envolvidos esteve prestigiando a pré-estreia.

Como era de se esperar, o juiz Sergio Moro foi à sessão e foi ovacionado pelo público e pelo elenco do filme. Moro chegou ao cinema acompanhado do da esposa, Rosângela Moro, e do juiz federal Marcelo Bretas, que conduz a Lava Jato no Rio de Janeiro.

Além de Moro, os delegados da Polícia Federal Igor Romário de Paula, Eduardo Mauat, Erika Malena, Maurício Moscardi, Márcio Anselmo e Rosalvo Franco também marcaram presença na pré-estreia.

Do Ministério Público Federal, compareceu o procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava jato no MPF. O roteiro escrito por Gustavo Lipsztein e Thomas Stavros, tem personagens fortemente baseados em todos eles.

Antes da exibição do filme, a delgada Erika Erika Malena (responsável pela escolha do nome Lava Jato para a operação) disse que gostou da escalação da atriz Flávia Alessandra para viver o seu papel. “Ela é uma ótima atriz. Sou fã dela e fiquei bem feliz”.

Lava-Jato2

Tapete-vermelho

O evento mudou a rotina do shopping. A segurança foi reforçada por dezenas de policiais fardados ou à paisana. Quem passeava desavisado pelo shopping, estranhou a movimentação. Durante a exibição, a plateia riu quando algum executivo passava por situações constrangedoras na prisão da policia federal e comemorou quando a ação da PF chegou à casa do ex-presidente. Ao final da sessão, o filme foi aplaudido de pé.

O diretor Marcelo Antunez disse que desde o início das filmagens a equipe sabia que a estreia seria em Curitiba. “Não tinha outro lugar. A história nasceu aqui em Curitiba e nós usamos a cidade como locação para muitas cenas. Era fundamental que o filme começasse sua carreira aqui”.

Para Antunez, o fato do roteiro falar sobre acontecimentos que ainda estão quentes e longe de seu desfecho é a grande virtude do filme. “Foi um dos grandes desafios, mas ao mesmo tempo um dos maiores atrativos deste projeto, poder trazer para as telas uma história que ainda está em andamento e não deixar este debate sobre corrupção morrer.”

Um dos protagonistas do filme, o ator Bruce Gomleviski que interpreta um dos delegados da força-tarefa concorda com o diretor. “É a rara oportunidade de fazer um trabalho no calor dos acontecimentos. Isto é muito instigante e polêmico. Mas é uma obra de cinema. Um thriller de ação e suspense da melhor qualidade.”

Para o produtor Tomislav Blazic, o filme é totalmente apartidário sobre este mal nacional que é a corrupção”. Antes da ação inicial do do filme uma animação mostra que a corrupção chegou ao Brasil junto com a esquadra de Pedro Álvares Cabral e mostra uma evolução desta “patologia nacional” que passa pelos governos imperiais e republicanos, até os escandalos mais recentes da política nacional.

Ainda que o filme mostre claramente uma luta entre dois lados opostos, Blazic acha que o filme deve levar a reflexão e não a embates ou reações extremadas entre grupos políticos. “É cinema. É entretenimento. Ainda que no final fica uma mensagem para que as pessoas reflitam sobre a situação do país. A questão central do filme é a corrupção”, explica.

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