Filmar com Glória era sonho de consumo, diz diretora

Nonato Estrela é o diretor de fotografia de Linda de Morrer. O repórter o adula – é garantia de imagens de qualidade. “Pode ter certeza”, diz a diretora Cris D’Amato. Nesta quinta-feira, sob um calor de rachar na Urca, ela finaliza a segunda semana de filmagem do novo longa, Linda de Morrer. Tem mais duas semanas pela frente, mas o ambiente é prazeroso no set. “Estou realizando meu sonho de consumo”, conta Cris. “Meu sonho sempre foi filmar com Glória Pires. Enviei o roteiro, e ela topou. Depois disso, fizemos várias melhorias até chegar ao estágio atual, na filmagem.”

O plano é filmado num corredor que desemboca num espaço maior, sem configurar um aposento. Nonato Estrela montou o carrinho. A câmera desliza sobre um trilho. Avança sobre Antônia Morais e Emílio Dantas, que trocam um diálogo áspero. Ele tenta convencê-la de que a mãe de Antônia, que morreu, está ali presente, em espírito. Ela se exaspera, ameaça até bater nele, “videntezinho de m…”. Ele retruca que não é vidente, mas psicólogo. A câmera recua, acompanhando a saída de cena de Emílio e, sem corte, “Rodando!”, grita a diretora. O mesmo diálogo é retomado, mas agora Glór=ia Pires está presente, pressionando Emílio Dantas a acalmar sua filha.

Cris D’Amato pensa em termos de páginas de roteiro. “São 70 páginas no total, a Glória morre na 10. Isso aqui é a página 35.” Vai ser, como ela diz, um filme picotado, com muitos planos. Difícil de montar? “Ah, sempre é, porque o ritmo de uma comédia se estabelece na montagem. A gente toma providências no roteiro e no set. O diálogo e a filmagem têm seu tempo, mas o ritmo quem dá é a montagem.” O projeto é de Carol (Carolina) Castro, que o levou à empresa Migdal, de Iafa Britz. Em seu primeiro filme solo – era sócia na Total Entertainment -, Iafa estourou na bilheteria com a saga espírita de Nosso Lar. Ela aborda agora o assunto como comédia. Nem lhe passa pela cabeça que Linda de Morrer possa dar um foco politicamente incorreto ao espiritismo.

“Claro que não. É uma comédia superdivertida, numa linha que os americanos já têm feito, em Ghost e Um Espírito Baixou em Mim.” A diretora reforça a ideia. “Todo mundo aqui é consciente do que está fazendo e a última coisa que queremos é ser ofensivos. Essa coisa da correção está ficando absurda. Miguel Falabella, que é o cara menos preconceituoso que conheço, foi crucificado por causa do Sexo e as Nega, mas o problema não era o foco. Era o título. Quero ver se fosse O Sexo e as Loira, mesmo se fosse loira burra, se alguém ia reclamar.”

Diretora de TV (Pé na Cova, As Cariocas, As Brasileiras) e cinema (S.O.S. Mulheres ao Mar e Confissões de Adolescente, em parceria com Daniel Filho), Cris D’Amato vê no humor de Linda de Morrer outra oportunidade de falar dessa categoria da mulher moderna, profissional, em que se enquadra. Ela elogia seu par romântico (“A Antônia é filha da mãe, o Emílio (Dantas) é ótimo, você vai ver”). E anuncia que, logo logo, emenda a filmagem de S.O.S. Mulheres 2. “Um sucesso daqueles não fica só no 1.”

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