Radio 4, The National, TV on the Radio, MGMT, Matt & Kim, Yeasayer, Giraffes, Grizzly Bear: a chamada vizinhança do Brooklyn, em Nova York, já é há muito tempo um grande celeiro do rock e do pop. Mas a efervescência cultural da região produz cada vez mais criaturas estranhas, e isso motivou agora até um festival em São Paulo. O primeiro festival Brooklyn Bridge traz três novas bandas ao Sesc Pompeia: Chairlift, Telepathe e Bear Hands. Os três alternam influências de coisas muito recentes da música, como o próprio MGMT.
O trio Chairlift – Aaron Pfenning, Caroline Polachek e Patrick Wimberly – é a atração novidadeira de hoje. Chega com uma “proeza” no currículo: a de ter emplacado uma música, “Bruises”, em um comercial de iPod, canção de seu disco de estreia, “Does You Inspire You”, de 2008. Segundo sua biografia oficial, em 2007 o trio oriundo da cidade de Boulder (Colorado) instalou-se no Brooklyn nesta década e iniciou participações em festivais pelo mundo, colhendo boas positivas “e mais de 6.000.000 de visualizações no YouTube”, diz o release.
O Chairlift parece se conectar com algumas experiências pop dos anos 80. Em canções como “Dixie Gypsy” e “Earwig Town”, passeiam por trilhas de western spaghetti e outros climões. “Evident Utensil” é tecnopop reciclado. O som do Chairlift é pop, usa com sabedoria os sintetizadores, a poesia surrealista e o realmente bom diferencial da voz delicada de Caroline Polachek (para conhecer o som da banda, vá ao www.myspace.com/chairlift).
Já o Telepathe é uma dupla de garotas formada em 2004 que está na linha do que faz um trio de meninas já famoso mundialmente do Brooklyn, o Au Revoir Simone. Climas etéreos, tecladinhos, percussão, theremins. “Dance Mother” (2009) é o disco de estreia, produzido por Dave Sitek (TV On The Radio), e mostra bem essa disposição. As meninas são Busy Gangnes (compositora, percussionista e dançarina) e Melissa Livaudais (multiinstrumentista), além de um cast de apoio eventual.
Com mais de meio milhão de visitas no MySpace, um EP e o recente single What A Drag, o Bear Hands é uma das principais apostas entre as novas bandas do Brooklyn, diz a organização do festival. É também a mais desconhecida de todas. Formado em 2006, o quarteto (o cantor e guitarrista Dylan Rau, o guitarrista e percussionista Ted Feldman, o baixista Val Loper e o baterista e cantor TJ Oscher) também evoca MGMT em suas músicas, especialmente canções como “Tablasaurus” (o vocal lembra impressionantemente seus vizinhos do Brooklyn). Todos no grupo se definem como “percussionistas”, o que resulta num som bastante personalizado. Um remix de sua faixa “What a Drag por Cale Parks” é algo digno de entrar numa festa de aquecimento para o show do MGMT (conheça o som do grupo no www.myspace.com/bearhandsband). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Ponte Brooklyn. Sesc Pompeia. Choperia (800 lug.). Rua Clélia, 93. Telefone (011) 3871-7700. Hoje a sáb., 21 h. R$ 7/ R$ 28.