Festival Telas ocupa salas de cinema pela cidade

Em um tempo em que a produção de TV não para de crescer – o número de horas de conteúdo brasileiro nos canais por assinatura quase dobrou de 2012 para 2013, chegando a 4 mil -, o veículo marca cada vez mais território. Vista hoje não só no aparelho tradicional, mas também em pequenos celulares e até no GPS, a televisão vai ocupar, desde essa sexta-feira, 7, até sexta que vem, 14, salas de cinema em diferentes pontos de São Paulo durante o Festival Telas, primeira mostra internacional da cidade dedicada exclusivamente às atrações televisivas.

Com quase toda a programação gratuita, o evento reúne mais de 200 horas de séries, documentários e programas infantis de todos os continentes. Além de atrações inéditas, será possível rever produções que já foram ao ar por aqui.

“Não é um evento para por na sala de cinema o que as pessoas assistem todos os dias em suas casas. Queria colocar coisas diferentes, que não têm tanto acesso, ou coisas que já são conhecidas e dar uma visão diferente sobre isso”, explica André Mermelstein, diretor editorial.

A ideia do Telas é fazer com que o público veja como a TV, antes tida com primo pobre do cinema, vem evoluindo em qualidade, ideia reforçada pelos profissionais da sétima arte que andam migrando para a telinha. “A gente tem hoje uma produção de televisão em aspecto estético e narrativo comparável a do cinema, às vezes até melhor. Há séries mais interessantes que filmes. A ideia do festival é qualificar isso, tirar o preconceito”, defende o curador. Ele reconhece, entretanto, que há programas que ainda deixam a desejar. “É claro que há muita porcaria na TV, pois é uma indústria, tem de ficar 24 horas no ar emitindo algo. Dentro dessa engrenagem tem pérolas.”

Além da maioria das sessões diárias, haverá outras de madrugada com episódios em sequência de séries, como a francesa Les Revenants, que no País foi ao ar pelo HBO Max, e a segunda temporada de Sherlock, sucesso da BBC, exibida aqui pelo canal HD da emissora britânica. Ambas acontecerão na virada de sábado para domingo, respectivamente no Museu da Imagem e do Som e no Cine Belas Artes, um dos poucos em que os ingressos são cobrados.

“A gente tem coisas que são quase inéditas, pois só passaram em canais premium. Qual o porcentual da população que assistiu?”, endossa Mermelstein, que buscou parcerias com festivais internacionais de TV, como o Fipa (Festival International de Programmes Audiovisuels, da França) e o canadense Hot Docs.

“Eles fizeram curadoria internacional para nós, pegaram os selecionados do último ano e mandaram”, conta. A leva não terá apenas produções premiadas. “As pessoas podem torcer o nariz para algumas. Mas são coisas que têm qualidade na produção. Há um trabalho por trás”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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