Não choveu, nem houve lamaçal. A poeira não subiu, nem fez um calor de rachar. No sábado, primeiro dia do Festival SWU – Music + Arts, realizado na Fazenda Maeda, em Itu, interior de São Paulo, o que pegou todo mundo de surpresa foi o frio de ranger os dentes. Quem achou que passaria bem de shorts ou regata precisou se esquentar ao som das atrações musicais do dia, incluindo a banda americana Rage Against The Machine e os brasileiros Os Mutantes e Los Hermanos.

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Foram 24 apresentações distribuídas em quatro palcos, totalizando mais de 20 horas de música. Os shows começaram pontualmente e animaram o público até as 2 horas da manhã. Segundo a organização, 48 mil pessoas passaram pelo evento nesse primeiro dia. Boa parte delas, no entanto, não tinha muita consciência de que aquele se tratava também de um festival em prol da sustentabilidade. Não era difícil ver gente jogando latinhas e garrafas de plástico no chão ou usando qualquer canto como banheiro – sendo que, de acordo ainda com a organização, mais de mil banheiros químicos foram colocados à disposição do público.

Quem estava lá parecia mais interessado mesmo em música. E não teve do que reclamar. O destaque do dia foi a esperada apresentação da banda Rage Against The Machine, em sua primeira passagem pela América do Sul. O set list foi arrasador, composto apenas de sucessos, como os clássicos “Killing in the Name”, “Calm as Bomb”, “Freedom” e “Wake Up”. Ponto também para solos de Tom Morello, na guitarra, que apresentou de forma brilhante as canções, assim como elas foram gravadas no estúdio.

Da formação original, só restaram o guitarrista Sérgio Dias e o baterista Dinho Leme. Apesar da formação renovada, a banda Os Mutantes continua muito boa. Mesmo quem não era nem projeto de gente quando o grupo foi formado, nos anos 60, sabia cantar, ao menos, os clássicos como “Balada do Louco”, “Sabotar” e “A Minha Menina”. Houve espaço até para uma inédita, “Querida, Querida”, de Sérgio Dias e Tom Zé. Nos vocais, Bia Mendes, grávida, fez sua leitura dos sucessos, sem querer

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parecer Rita Lee. Sem dúvida, um dos pontos altos do dia.

Já Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante foram extremos opostos no show do Los Hermanos. Logo nas primeiras músicas – cantadas a plenos pulmões pelo público – Camelo se mostrou apático. Já Amarante não parava de dançar e interagir com a plateia. Aos poucos a banda foi se acertando. Mas as músicas já não são tão familiares. Em “Morena”, Amarante errou notas do solo. Além disso, teve de afinar sua guitarra em vários momentos, esfriando o show. Para fechar, ambos cantaram

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“A Flor”. E o público, alheio a todos os problemas, pedia mais. As informações são do Jornal da Tarde.