Festival Perhappiness sem Paulo Leminski

Em sua 15.ª edição, o Perhappiness – festival literário que ocorre anualmente em Curitiba – ganha contornos de megaevento, com orçamento duplicado, celebridades nacionais e estrangeiras, exibição de filmes e shows musicais. E se afasta de Paulo Leminski, cuja morte, em 1989, desencadeou a sua existência. O presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Cassio Chamecki, e o consultor de literatura da Fundação, o poeta Décio Pignatari, falaram esta semana sobre o Perhappiness, que acontece de 15 a 21 de setembro.

“O Perhappiness é uma homenagem ao Leminski, não uma ode”, ressaltou Chamecki. “Não temos que ficar presos a ele”. Pignatari completa: “Ele será mencionado novamente no concurso de Clipoemas (poesias em multimídia), em novembro. Além do mais, creio que um escritor que é o ponto de partida de um evento que pode se tornar o maior do País na área da literatura, será sempre lembrado”. Para não ficar em falta com o “polaco”, porém, a Fundação Cultural pretende lançar para breve a “edição definitiva” do Catatau – a obra fundamental de Leminski, seu único livro em prosa.

Como já aconteceu no ano passado – quando foi discutida a crítica literária -, o Perhappiness será “temático”: a “prosa criativa” será o assunto das mesas-redondas da edição 2003, que contarão com a participação de alguns dos mais representativos nomes da literatura contemporânea, no Brasil – João Gilberto Noll, Marcelo Mirisola, Rubens Figueiredo, Wilson Bueno e Ângela Lago, entre outros -, e no exterior, como o português Almeida Faria, os argentinos César Aira e Jorge Montesino e o alemão Frido Mann, neto do mito Thomas Mann. Frido, que também é músico, fará um recital no Teatro Paiol, com direito à leitura de poemas e trechos dos livros do avô.

Falando de música, outro encontro que promete é o que acontece na noite de abertura: os cantores e compositores Gabriel O Pensador, Supla e Pitty, mais a atriz curitibana Guta Stresser e o VJ Edgard Piccoli contam como a literatura influenciou suas carreras na mesa redonda Adoro Ler.

Cinema

Além da literatura e da música, o cinema também ganha espaço no Perhappiness. Serão exibidos grandes produções da cinematografia nacional e mundial, como Adaptação, de Spike Jonze, Abril Despedaçado, de Walter Salles, Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, O Amigo Americano, de Wim Wenders e Ironweed, de Hector Babenco. Tudo isso só foi possível graças ao orçamento “rechonchudo” – R$ 100 mil, quase o dobro em relação ao ano passado.

“Acho que agora o Perhappiness está ganhando um formato, uma identidade, e pode se firmar como o grande evento de literatura do Brasil”, arrisca o presidente da Fundação Cultural. “Ele está para a literatura como a Imagética está para as artes plásticas e o Curitiba Pop Festival para a música independente”.

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