O folk escocês será representado no festival Mimo por dois nomes responsáveis pela criação de uma cena que tem seduzido críticos e fãs. O gaitista de fole James Duncan Mackenzie traz sua banda para show no próximo sábado, 6, em Olinda. E o trio LAU faz sua apresentação em 10 de outubro, em Paraty.
James Duncan é da Ilha de Lewis, a oeste da Escócia. “A música tradicional é profunda, antiga e muito viva ainda em meu país”, diz Duncan, que começou tocando gaitas de fole quando tinha 8 anos. Depois de ser influenciado pela música galesa, aprendeu flauta e estudou teoria na Royal Scottish Academy of Music and Drama. Logo depois, formou a banda de folk Breabach.
O músico, que também é produtor, diz que a gaita de fole não se trata de um instrumento datado, envelhecido pelo tempo. “Na Escócia, e especialmente nas ilhas do oeste, é muito comum os jovens aprenderem instrumentos como essas gaitas e violinos tradicionais.”
Ele fala sobre a cena europeia, que revelou entre os grandes nomes como o do grupo britânico já estelar Mumford And Sons. “O cenário escocês é muito forte e está crescendo. Há neste momento dezenas de grandes bandas escocesas. Eu mesmo estou hoje vivendo em Glasgow por causa da cena que temos aqui. Glasgow é um ponto de encontro de músicos vibrantes.” Ele cita nomes, aos fãs que quiserem saber mais, de grupos que acha fundamentais: “Na minha opinião, alguns dos novos e mais excitantes nomes são Rura, Scott Wood Band e Jack Badcock.
O baixista lendário Jack Bruce, do extinto Cream, que teve Eric Clapton como guitarrista nos anos 70, disse em entrevista recente ter o LAU como seu grupo preferido na música contemporânea. Trio que tem o violinista Aidan O’Rourke, o acordeonista Martin Green e o violonista Kris Drever, o LAU já conta com alguns quilômetros percorridos. Os três estão juntos desde 2005, e lançaram um álbum, Race the Loser, mais eletrônico, produzido por Tucker Martine (que trabalhou com o R.E.M.).
Sobre o novo folk escocês, o vocalista Kris Drever diz: “É brilhante! A folk music está sempre vindo em ondas”. Ele conta que os grupos de hoje devem muito a um certo revival do folk dos anos 60. “E o próximo boom do folk vai fazer algo similar para uma nova geração.” Drever diz que, no entanto, é preciso se desapegar das tradições: “O novo folk nem sempre cresce na tradição e algumas pessoas devem ter problemas com isso. Mas nós pensamos que , se isso significa mais gente fazendo música e tocando com outras pessoas, é inquestionavelmente um bom negócio”.
Sobre o Brasil, o vocalista diz conhecer um nome: “Tom Zé!”. Mas amplia a lista de artistas a serem procurados por quem quiser saber mais do folk que sai das gaitas de fole: “Alasdair Roberts é um cantor brilhante; Karine Polwart é uma magnífica compositora; e Mogwai é ainda grandioso”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.