O 59o Festival Cinematográfico de Veneza, que acontecerá de 29 de agosto a 8 de setembro, terá, neste ano, escassa participação da América Latina e da África. Na entrevista coletiva realizada em Roma, no último 30 de julho, o selecionador do festival, o suíço Moritz de Hadeln (durante 22 anos diretor do Festival de Berlim) lamentou a escassa presença latino-americana nesta edição do evento.

No total, 143 filmes (77 longas, 46 curtas e médias-metragens e 20 documentários) compõem as quatro seções (além da retrospectiva dedicada neste ano ao diretor italiano Michelangelo Antonioni) em que se divide o festival.

A principal seção, Veneza 59, contará com 21 filmes em competição e 14 fora dela, enquanto em Controcorrente, uma espécie de mostra paralela, mas com júri e prêmios próprios, dedicada a filmes que se colocam fora da tendência atual do cinema, competem 17 obras, entre elas, “La virgen de la lujuria”, do mexicano Arturo Ripstein, e “Rosa la china”, da chilena Valeria Sarmiento.

A seção Novos Territórios, aberta ao cinema de vanguarda, é completamente independente da esfera seletiva de de Hadeln, e inclui 70 títulos, muitos dos quais curtas e documentários.

É nessa seção onde aparece a maior parte dos latino-americanos, como o longa brasileiro “Rocha que voa”, de Erik Rocha, e o uruguaio “Aparte”, de Mario Handler, o média chileno “Corazón verde”, de Luis Sepúlveda, e os curtas venezuelano “Rosa, un delirio”, de Carlos Villegas, equatoriano “Silencio nuclear”, de Iván Mora Manzano, e mexicano “A la memoria de las sirenas”, de Héctor Maeshiro.

De Hadeln admite que em Veneza não haverá muita diversão (“os tempos não estão para isso, é como se os cineastas e produtores quisessem dar sua opinião sobre a atualidade, que não é, digamos, muito cor-de-rosa”, disse).

Haverá, ao contrário, muitos dramas, incluindo os 11 curtas que evocarão o ataque contra as Torres Gêmeas em Nova York, em 11 de setembro. Mas também virá, de um lugar inesperado, a África, uma comédia musical, “Nha fala” (Minha voz), de Flora Gomes.

?Frida?, com Salma Hayek, abre o festival

Os Estados Unidos almejam os principais prêmios já com o filme de abertura, “Frida”, de Julie Taymor, com Salma Hayek no papel da pintora mexicana Frida Kahlo, com o estelar elenco de “The hours”, de Stephen Daldry (com Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep e Ed Harris), e o esperado segundo filme de Sam “American Beauty” Mendes, “Road to perdition”, com Tom Hanks, Paul Newman e Jennifer Jason Leigh.

A Itália está presente com “Un viaggio chiamato amore”, de Michele Placido, “La forza del passato”, de Piergiorgio Gay, e “Velocità massima”, de Daniele Vicari.

A França apresenta o veterano Michel Deville, com “Un monde presque paisible”, e o maduro Patrice Leconte, com “L?homme du train”, enquanto do outro lado do Canal da Mancha chegam Stephen Frears com “Dirty pretty things”, e Peter Mullan com “The Magdalene sisters”.

A Alemanha, ausente há muito tempo, desembarca em Veneza com “Nackt”, de Doris Drrie, e “Führer Ex”, de Winfried Bonengel.

A Ásia é a grande presente em todas as seções, com filmes de Taiwán, Japão e Coréia.

Fora de concurso estará Clint Eastwood, com “Bloodwork”; Liliana Cavani, com “Ripley?s game”; Kathryn Bigelow, com “K-19: The widowmaker” (com Harrison Ford), e Todd Haynes, com “Far from heaven”.

O Lido de Veneza estará repleto de estrelas internacionais. Já confirmaram presença Sophia Loren, que acompanha o primeiro longa-metragem do filho, Edoardo Ponti (“Between strangers”), Salma Hayek, Harrison Ford, Julianne Moore, Tom Hanks, Catherine Deneuve e Anjelica Huston, entre muitos outros nomes famosos do cinema. (ANSA).

continua após a publicidade

continua após a publicidade