As comemorações pelo centenário de A Sagração da Primavera ainda não acabaram. Criada em 1913, a obra revolucionária que une a coreografia de Vaslav Nijinsky com a música de Igor Stravinski foi intensamente celebrada no ano passado. O Balé Bolshoi fez uma mostra inteira para reverenciar o título. Várias recriações e releituras puderam ser vistas mundo afora: os olhares de Maurice Béjart, de Pina Bausch, da Shen Wei Dance Arts.

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Para abrir a 2.ª edição do Festival O Boticário na Dança, que começa nesta terça-feira, 29, a mítica criação volta à baila. Com iTMOi (In the Mind of Igor), a cia. do coreógrafo Akram Khan também visita A Sagração da Primavera e o seu legado transformador.

Acompanhado pela trilha sonora de Nitin Sawhney, Jocelyn Pook e Ben Geada, Khan se pôs a investigar como Stravinski criou novos conceitos para o mundo das artes: Misturou as ideias de belo e feio e evidenciou a relação de interdependência que existe entre elas.

Com uma programação que se estende até o dia 8, o Festival de dança contemporânea começa em São Paulo, com a apresentação de iTMOi, e também vai passar pelo Rio, por Curitiba e pelo Recife. Semelhante à primeira edição, que ocorreu no ano passado, a intenção é mesclar companhias internacionais de renome com grupos brasileiros. “Queremos atender artistas nacionais e internacionais da mesma maneira”, aponta Sheyla Costa, que responde pela curadoria do festival com Dieter Jaenicke. Cisne Negro, Primeiro Ato, Focus e o Balé Guaíra respondem pela representação do País. Cada uma se apresentando em uma capital diferente.

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Serão quatro os grupos estrangeiros na grade. Além da Akram Khan Company, estão previstas as participações da Batsheva Ensemble, da cia. Louise Lecavalier e da Tao Dance Theater. “Não existe uma linguagem em comum entre elas. O que nos guiou foi a qualidade”, comenta Sheyla acerca da escolha dos títulos.

Tanto a Batsheva quanto a companhia de Louise Lecavalier têm lugares já estabelecidos na cena mundial. Fundada em 1964, a Batsheva vem encenar Deca Dance. A coreografia entrou em cartaz no ano 2000. Mas, desde então, não parou de ser reinventada pelo diretor artístico Ohad Naharin. Canadense, Louise Lecavalier integrou o La La La Human Steps e foi saudada, na França, como maior personalidade da dança. Aqui, mostra So Blue, que fez sua estreia mundial na Tanzhaus NRW, em Dusseldorf.

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Na ala das novidades, desponta a chinesa Tao. Com pouco mais de seis anos de trajetória, o grupo conquistou espaço na programação das grandes salas e festivais dos Estados Unidos e da Europa. Saudada por cunhar uma linguagem própria, a Tao também se tornou conhecida por combinar elementos de várias artes. Ao lado de uma apurada técnica de dança, entram aspectos do teatro, do cinema e das artes visuais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.