A apresentação oficial do 1.º Festival de Música de Santa Catarina (FeMuSC) foi feita, ontem pela manhã, em Jaraguá do Sul, cidade sede do evento. O festival é ambicioso não apenas pelo volume de artistas envolvidos, 38 professores e 430 alunos inscritos, mas principalmente pelo objetivo principal de conquistar as pessoas através da música. Com essa idéia na cabeça, os organizadores farão com que, durante 15 dias, a região norte de Santa Catarina respire música.

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O diretor artístico do festival, Alex Klein, afirma que a escolha de Jaraguá do Sul como sede do festival não foi à toa. ?A qualidade acústica do Grande Teatro da Sociedade Artística e Cultura de Jaraguá do Sul (Scar) é magnífica, além do prédio oferecer salas de aulas adequadas?, elogia. Mas o festival não se resume a Jaraguá do Sul, outras seis cidades da região, incluindo Joinville, também serão palco para as apresentações de professores e alunos.

Segundo o diretor pedagógico do evento, Daniel Bortholossi, essa é uma experiência única para que músicos de todas as partes do mundo possam trocar experiências. ?Assim como em outros festivais de música, a troca de informações entre os participantes é uma das coisas mais importantes. Mas, um dos nossos objetivos é apresentar, para aqueles que ainda não conhecem, a beleza da música erudita?, planeja.

Para os organizadores, a música erudita ainda enfrenta resistência por falta de informação. ?Como você pode dizer que gosta ou não gosta de música erudita se nunca ouviu??, questiona a diretora executiva, Cloris Ferreira. Para ela, somente o fato do evento estar saindo do papel e se tornando realidade é uma grande conquista. ?Falta muito incentivo, mas com persistência estamos conseguindo realizar algo grandioso?, elogia.

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?Gostaria que acontecesse com muitas crianças o que aconteceu comigo?, afirma o diretor artístico. Alex Klein lembra que enfrentou dificuldades por ser uma criança hiperativa chegando a ser expulso de uma das escolas que freqüentou. ?A diretora conversou com meus pais e afirmou que eu deveria gastar essa energia com o esporte ou com alguma atividade artística?, lembra. O pai levou o filho para assistir a um concerto e o filho saiu de lá apaixonado pelo oboé.

Mesmo enfrentando dificuldade para dar continuidade ao estudo do instrumento, Klein se tornou maestro, oboísta, pedagogo e humanista. Ganhou cinco Grammy além de diversas premiações internacionais. ?A paixão pela música só surge quando se tem oportunidade de ouvi-la?, garante. Para que isso se realize, Klein trouxe para o festival um projeto inovador, o Zoológico Musical. Segundo o idealizador, os instrumento estarão dispostos num palco e as crianças poderão passar por entre eles, ouvir seus sons, enfim, interagir com a música. ?A criança pode se arriscar a tirar um som do instrumento. O piano e a percussão, por exemplo, são boas opções?, ensina.

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O concerto de abertura está marcado para amanhã, dia 29, com a apresentação da Orquestra Filarmônica da Scar, às 20h30, no Grande Teatro da SCAR, em Jaraguá do Sul. Na programação estão incluídas a Abertura da Ópera Barbeiro de Sevilha, o Concerto para Oboé e Orquestra.