A expressão Fala, garoto!, criada por Serginho Groisman, é mais do que um simples bordão. Ela define muito bem o conceito que o apresentador busca imprimir a seus programas. “Não faço programas sozinho, faço com os espectadores que estão lá. A platéia sabe que pode se expressar”, garante Serginho.
Depois de começar na TV Cultura e de um longo período no SBT, chegou à Globo em 1999 e desde 2000 está no comando do eclético Altas Horas, que completa quatro anos em outubro e também é exibido em vários países como Estados Unidos, Japão e Portugal. O sucesso entre os jovens lusitanos é tanto que Serginho deve festejar o aniversário do programa por lá, misturando portugueses e brasileiros na platéia. “Vamos promover uma grande interação cultural, com todo mundo se entendendo”, adianta Serginho, empolgado com a idéia. Ele está cada vez mais safisfeito com o programa. “Tudo o que eu quero fazer, estou podendo desenvolver no Altas Horas, revela o apresentador.
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Como vão ser as comemorações do quarto ano do programa?R –
A idéia é gravar três ou quatro programas em Portugal. Mas estamos avaliando os custos desse projeto. Também temos vontade de gravar programas no Japão e nos Estados Unidos. Pensamos ainda na possibilidade de fazer um programa itinerante pelo Brasil, conhecendo outros grupos e modos de vida.P –
O que mudou no Altas Horas nesses quatro anos?R –
Quando entrei na Globo, eu já tinha muito claro o tipo de programa que gostaria de fazer. Eu tinha a idéia de democratizar um pouco a televisão. Queria fazer um programa ouvindo a voz da platéia. Como o Altas Horas é de madrugada, o primeiro ano foi uma solidificação de horário. Era preciso cativar a audiência e por isso as atrações eram mais populares. Com o tempo o programa foi ficando com a “cara” que eu queria, ou seja, diferente dos outros programas de auditório. Não há um formato definido. Faço reportagens, entrevistas e debates. Agora estamos produzindo a série “Quatro brasileiros” onde eu entrevistei Fernanda Montenegro, Oscar Niemeyer e ainda vou falar com Caetano Veloso e Luiz Fernando Veríssimo.P –
O que é preciso fazer para que o programa não caia na mesmice?R –
Estamos sempre buscando diversificar as atrações. Procuro levar pessoas que não aparecem muito na tevê, como Egberto Gismonti e Yamandu Costa. A Globo lida muito bem com isso. O programa é líder no horário e o retorno comercial é bom. Também promovemos encontros musicais, como o que aconteceu entre a banda de rock Ira! e o cantor Jerry Adriani. Agora em julho, o saxofonista Paulo Moura e instrumentista Yamandu Costa vão tocar juntos. Ainda neste mês, vamos exibir uma entrevista que eu fiz com o Pelé e no sábado do “Criança Esperança” estaremos fazendo um debate com ONGs e entrevistando Renato Aragão.P –
Você está preparando alguma novidade para o Altas Horas?R –
Não penso em mudanças radicais. Gosto do programa do jeito que ele está agora. Mas estamos sempre procurando levar algo novo para o público. Vamos colocar um quarteto de cordas para acompanhar algumas atrações musicais e haverá um “laptop” percorrendo a platéia para que as pessoas digitem suas perguntas. Elas vão aparecer no telão e os convidados respondem. Gostaria de melhorar um pouco o horário. Não queria que o programa fosse ao ar depois de uma da manhã, como às vezes acontece.P –
Além do Altas Horas, quais são seus novos projetos?R –
Estou em fase de pré-produção de um programa na TV Futura que vai abordar a vida escolar de pessoas conhecidas. Iremos entrevistar os artistas e depois vamos ver a situação atual da escola em que eles estudaram. Vamos ainda conversar com professores, com amigos da época de escola e ver o boletim das personalidades.