Está marcada para a noite desta sexta-feira (5), às 21h, a posse do mais novo acadêmico da Academia Brasileira de Letras: Ferreira Gullar. A cerimônia ocorre no Salão Nobre do Petit Trianon, sede da ABL. Ferreira Gullar será recebido pelo também poeta Antonio Carlos Secchin, terá a espada entregue por José Sarney e o diploma por Ana Maria Machado.
Dada a grande demanda por convites para a cerimônia – o salão tem capacidade para apenas 150 lugares, a Academia decidiu transmitir, pela primeira vez, o evento ao vivo, pelo site da instituição.
Ferreira Gullar “cedeu” aos apelos de amigos e acadêmicos para finalmente se candidatar a uma das vagas da ABL. O poeta ocupará a cadeira 37, anteriormente de Ivan Junqueira (que morreu em julho deste ano), João Cabral de Melo Neto, Assis Chateaubriand, Getúlio Vargas, Alcântara Machado e Silva Ramos. O patrono é Tomás Antônio Gonzaga.
“A minha entrada para a academia é uma grande transgressão comigo mesmo”, disse o poeta maranhense no dia 9 de outubro, após ser eleito. Antes dessa ocasião, ele havia recusado vários “convites” para tentar o ingresso, mas disse que começou a se “sentir arrogante por dizer não”.
José de Ribamar Ferreira (seu nome completo), nasceu em São Luís (MA), em 10 de setembro de 1930, numa família de classe média pobre, e com 24 anos, em 1954, publicou “A Luta Corporal”, importante livro na sua trajetória. Nos anos seguintes se envolveu com a militância política de esquerda, e durante a ditadura viveu no exílio. Voltou ao Brasil em 1977, quando foi preso, e depois voltou a trabalhar na imprensa e como roteirista de TV. Em 2002, foi indicado para o Prêmio Nobel de Literatura.