Fôlego

Fernanda Takai em dose dupla em Curitiba

Neste final de semana, Fernanda Takai, integrante da banda mineira Pato Fu, está em Curitiba para participar de dois eventos. Hoje ela comanda um bate-papo gratuito com o público nas Livrarias Curitiba do Shopping Palladium, às 19h30.

Amanhã é a vez do show composto pelas primeiras gravações da carreira solo: o CD Onde brilhem os olhos seus, um tributo a Nara Leão, e o CD/DVD Luz negra ao vivo, onde Fernanda interpreta músicas de vários outros cantores.

A promoção do show é do Serviço Social da Indústria do Paraná (Sesi), e o evento será realizado no Teatro Sesi-Cietep (Auditório Mário de Mari) às 19h, com ingressos a R$20. A cantora falou sobre os projetos e a expectativa para a nova visita a Curitiba.

– O Estado do Paraná: De onde surgiu sua relação com a MPB e a admiração por Nara Leão?

– Fernanda Takai: Como minha carreira é no pop rock, parece que eu não gosto de MPB, mas me relaciono com a música popular desde a infância. Nara sempre foi uma voz muito presente na minha casa, muito ouvida por meu pai e minha mãe.

Porém, no Luz negra entram outras músicas que Nara não gravou e que são do repertório popular que eu ouvia na minha casa, como Sinhá pureza, que é do Pinduca, lá de Belém.

– OE: Como foi o desenvolvimento do cenário do show e do projeto gráfico do CD?

– FT: O arquiteto Fernando Maculan e a designer Andréa Costa Gomes são casados e trabalharam juntos. A idéia de chamar um arquiteto apareceu por que eu gosto do trabalho dele.

Ele é um arquiteto convencional, mas também faz arquitetura de jóias, finalização de ambientes, é uma pessoa que pensa arquitetura de uma forma muito ampla. Quando a gente monta um show, é importante criar uma informação visual forte.

Eu queria que fosse delicada e que tivesse uma marca que ficasse na cabeça das pessoas, mas que ainda fosse fácil de montar, fácil de viajar, versátil. Ele deu essa solução espacial, numa forma que é bem surpreendente. O cenário muda a imagem em todas as músicas, dependendo de como trabalha a iluminação.

– OE:
O seu trabalho solo foi premiado várias vezes. Isso te surpreendeu?

– FT: É uma repercussão que eu não esperava ter. Recebemos o prêmio de melhor disco de 2007 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, e no ano passado o de melhor espetáculo de música brasileira pela Revista Bravo.

Houve uma empatia muito grande com o meu trabalho solo e eu via nos shows um público que não era o mesmo do Pato Fu. Tem uma outra platéia que começou a me ouvir. Isso move qualquer artista.

Por mais que a gente pense que já tive tanto reconhecimento, existe sempre um público a ser conquistado e a possibilidade de fazer um trabalho melhor do que o outro.

– OE: Como foi a gravação da música inédita do Renato Russo, Like a lover?

– FT:
A música foi produzida pelo Marcelo Fróes, que descobriu o ensaio nos arquivos. Foi uma surpresa para todos e houve um consenso da gravadora e até da família do Renato em chamar alguém que ele gostava para gravar.

Fiquei muito feliz em ser escolhida, achei um gesto extremamente carinhoso. Gravei no meu estúdio e mandei pro Rio de Janeiro, onde finalizaram o arranjo. Quando recebi de volta, fiquei muito emocionada. Calculo que o público, quando ouve, também fica tomado por uma emoção muito forte de ter ele de volta por um momento.

– OE: Qual é seu próximo projeto?

– FT: É o 10.º disco do Pato Fu q,ue só vai sair para o público depois da copa, por que agora ninguém vai prestar atenção em nós (risos). No começo de junho as pessoas já podem visitar o site da banda que vamos colocar uma prévia de como vai ser o disco.

De trabalho solo não faço a mínima ideia. Eu não estava com a necessidade de fazer um trabalho sozinha, foi a ideia do Nelson Motta que me despertou para isso.

– OE: Como tem sido levar o Pato Fu e a carreira solo ao mesmo tempo?

– FT: Teve gente que me citava como “ex-Pato Fu”, mas eu não estava saindo da banda nem a banda estava parando, sempre quis deixar isso claro. Tenho feito tudo ao mesmo tempo.

 Na nossa agenda, em um fim de semana, teve show meu em Minas Gerais e outro em Recife do Pato Fu. Tem que ter bastante concentração para não trocar muito as coisas: No Pato Fu é um repertório autoral, eu escrevo as letras, toco guitarra e violão. No meu show eu sou só intérprete, é uma dinâmica mais contemplativa.

– OE: Já é o terceiro bate-papo que você comanda. Como tem sido a participação do público?

– FT: Tem sido maravilhosa. Chego em Curitiba no sábado (hoje) e vou direto para o bate-papo. Dessa vez será diferente, por que vou levar algumas gravações que tenho feito, de participações com outros artistas, e vamos ouvir juntos as faixas para depois comentar. É um bate-papo sobre os bônus, coisas que fazemos na carreira que não estão reunidas em um disco.

– OE:
Qual é sua expectativa para o show em Curitiba?

 – FT: Pelo que soube os ingressos já estão esgotados. É ótimo saber que a casa estará cheia. Um fator importante foi o preço do ingresso. O público às vezes não sabe se vai no show ou compra o disco, mas quando tem o show com preço tão camarada as pessoas podem fazer os dois.

Serviço

Fernanda Takai em Curitiba.Bate-papo hoje, às 19h30, na Livrarias Curitiba do Shopping Palladium (Av. Presidente Kennedy, 4121 – Portão). Entrada franca. Show amanhã, às 19h, no Teatro Sesi-Cietep (Av. Comendador Franco, 1341 Jardim Botânico). Ingressos a R$20.

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