Faz parte da estratégia de lançamento de “Filha do Mal”. A distribuidora Paramount escondeu da imprensa o terror de William Brent Bell, que estreia hoje. Isso nunca promete muito. Em geral, as majors só escondem seus grandes fiascos, mas “Filha do Mal” chega precedido da fama de ser um daqueles filmes baratos que estouraram no Facebook e arrastam multidões aos cinemas. Cabe ressaltar que a Paramount também fez de tudo para facilitar as entrevistas por telefone com Fernanda Andrade. É a estrela brasileira do filme de Brent Bell. Você pode até não conhecê-la pelo nome, mas Fernanda fez pequenos papéis em séries (“CSI”, “Law & Order” e “The Mentalist”) e estrelou “Fallen”.
“Filha do Mal” é sobre garota (Fernanda), cuja mãe cometeu três bárbaros assassinatos numa noite, 20 anos atrás. Isabella (é seu nome) nunca soube disso, mas com a morte do pai ela descobre que a mãe está internada num manicômio para criminosos insanos na Itália. Loucura ou possessão demoníaca? A pedido da garota, entram em cena dois jovens exorcistas que usam métodos nada convencionais. E começa o show, que promete ser particularmente violento, pois Maria, a mãe, foi possuída não por um, mas por quatro poderosos demônios.
Nascida em São José dos Campos, Fernanda mudou-se cedo com a família para Campinas. Suas lembranças de infância são todas desta cidade. Quando o pai foi transferido para a Flórida, ela iniciou outra vida, aos 11 anos – a de uma teen norte-americana (embora nem de longe queira negar as raízes brasileiras). Seu sonho era ser bailarina, mas, para se desinibir, ela foi frequentar um curso de interpretação. Adorou, e mudou o rumo. Aos 16 anos, resolveu investir na carreira de atriz. Mudou-se para Los Angeles, a família apoiou.
Os pais estão voltando para o Brasil. Ela vai seguir nos EUA, agora que a carreira está deslanchando. Brasil, só nas férias, como no Natal, quando realizou um sonho e conheceu Salvador. O que havia de diferente em “Filha do Mal”, a ponto de ela querer fazer o papel? “As histórias de exorcismo são muito parecidas, essa tem outra pegada. A mistura de religião e ciência como método usado pelos exorcistas, o fato de minha personagem ter medo de ser louca, como a mãe, mas na verdade a mãe não está louca. Tudo isso me pareceu muito interessante e, depois, tem a equipe. O produtor, o diretor, o escritor. Todo mundo é jovem, subvertendo regras, querendo se mostrar e chamar atenção.”
Como foi o processo? “Fiz um teste e depois me chamaram. Assim como não estão mostrando o filme para a imprensa, os produtores eram muito fechados com o roteiro. Não mostravam de jeito nenhum. Só no segundo encontro, no segundo teste, foi que me deram uma cena para decorar e interpretar.”
As filmagens ocorreram na Europa. “Em Bucareste e Roma. Filmamos em digital. Uma câmera prática, pequena. Tinha de ser, porque o diretor de fotografia passa boa parte do tempo correndo atrás de mim com a câmera na mão. Isso dá uma instabilidade, aumenta a sensação de medo.” Fernanda Andrade adora terror. “Quem não gosta de sentir medo se sentindo segura no cinema?” Por enquanto, curte o momento, mas não quer ficar atrelada somente a um tipo de cinema. “Quero testar mais coisas.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.