Foi dada a largada para a 24ª Oficina de Música de Curitiba. Alunos, professores e público puderam acompanhar de perto a abertura oficial do evento, anteontem. Em uma apresentação aplaudida de pé, o trio de música camerística russo St. Petersburg Virtuosen, formado por Natalia Alenitsyna (violino), Pjotr Meshvinski (violoncelo) e Evgeny Izotov (piano), deu um verdadeiro show no Teatro Guaíra. Com a platéia tomada por alunos que ainda carregavam seus instrumentos nos braços, as obras de Brahms e Shostakovich executadas pelo trio devem servir como inspiração para as próximas atividades da Oficina.
No primeiro dia da Oficina (dia 5), muitos deles circulavam pelos corredores do Colégio Estadual do Paraná (um dos pontos onde ocorrem aulas) afinando violinos, violões e outros instrumentos. Na ocasião, professores de diversas regiões do Brasil e alguns estrangeiros avaliariam os novos talentos. Segundo o diretor da Oficina Popular, Sérgio Albach, a expectativa que a Oficina traz é maravilhosa. ?Temos nomes excepcionais, dezenas de estrangeiros participando (alunos e professores), podemos dizer que é uma reunião de feras?, afirma.
Entre os estreantes havia um clima de apreensão, já os veteranos transpareciam alegria a cada reencontro com alunos e professores. Para a curitibana Mayra Pedrosa, contrabaixista da Sinfônica do Paraná, que há dez anos freqüenta a Oficina, o evento é uma oportunidade para aparecer e evoluir na carreira. Enquanto ela estudava algumas partituras, entrava na sala o renomado professor de prática de instrumento para contrabaixo, o uruguaio Milton Masciadri. Mais um reencontro no agitado mundo musical. Mayra já estudou com Masciadri em quatro edições da Oficina e já tocou com ele na Universidade da Geórgia (EUA), onde ele é docente. ?Acabo de chegar do aeroporto e já faremos uma seleção para os alunos que farão parte da Orquestra A e Sinfonieta?, afirma o professor.
Mais do que um curso de aperfeiçoamento, a Oficina é uma celebração entre músicos do mundo todo. O evento une desde mestres consagrados como Masciadri, Peter Apps, oboísta da Osesp (Orquestra Sinfônica de São Paulo), até jovens de pouca experiência. O casal Lucas Martinez e Cecília Marconi veio de Florianópolis (SC) para estudar guitarra e flauta transversal, respectivamente. ?Já estive aqui ano passado e vale muito, principalmente pela interação com outros músicos?, diz Lucas.