Há certo tempo atrás, uma jovem mãe de 25 anos de idade vivia com sua filhinha Annie de 5 anos, numa quitinete, em Balneário Camboriu-SC. O pequeno apartamento foi a única herança deixada pelo seu falecido marido há dois anos. Joana trabalhava numa livraria num shopping como vendedora.

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O salário mais comissões de vendas, mal dava para as despesas de casa e ainda para pagar o condomínio, não sobrando praticamente nada no fim do mês. No Dia das Mães, enquanto assistia televisão, notou que Annie estava muito quieta e observou que a meninhinha usava uma tesoura, cola e cortava seu papel dourado, que estava guardando para uma ocasião especial. Levantou de imediato, ficou furiosa e castigou sua filhinha por desperdiçar seu papel de presente dourado. ?Annie você é desobediente e má, quantas vezes lhe disse para não mexer em meus pertences?, agora vai ficar de castigo, vá ao quarto e só saia quando eu chamá-la.?

Annie, choraminguando, foi ao quarto. Horas depois, a mãe tirou-a do castigo. Sua filhinha deu à sua mãe, a caixinha pronta, envolvida com papel dourado e com uma fitinha branca. ?Isto é para você mamãe, feliz Dia das Mães! Sua mãe, envergonhada, abraça sua filha e abre a caixinha que estava VAZIA! Gritou, dizendo: que menina você é? Estraga minhas coisas e ainda me dá uma caixa vazia??

A pequena menina olhou para cima com lágrimas descendo de seus olhinhos azuis e disse:

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?Oh, mãezinha, não está vazia. Eu soprei milhares de beijinhos dentro da caixa. Todos para você, mamãe!.? A mãe abraçou sua filhinha e pediu perdão beijando-a demoradamente e suplicou que ela a perdoasse.

Joana guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, solitária e deprimida, tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali, que lhe dava ânimo para viver.

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De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós humanos temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional e beijos de nossos pais, filhos, irmãos e amigos. Ninguém poderá ter uma propriedade ou posse mais bonita que esta.

Estória, sem H, feita pelo escritor Lelington Lobo Franco.