O museu é pequeno, fica em Roterdã (Holanda), mas seu acervo (que tem a Torre de Babel de Bruegel) é gigantesco para os padrões brasileiros: são 145 mil obras que cobrem praticamente todos os períodos da arte europeia desde o século 15.

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Parte da coleção do Museu Boijmans van Beuningen está sendo exibida na feira de arte Tefaf de Maastricht, Holanda, um mostra exclusiva que tem, entre outras obras, gravuras de Dürer, Michelangelo, Rembrandt, Daumier, Whistler, Magritte e Degas.

A exposição, claro, é institucional, mas os colecionadores milionários com interesse num desses nomes (excetuando-se Michelangelo) podem encontrar à venda no estande ao lado, da galeria E. H. Aiëns Kappers, gravuras antigas de Dürer, Rembrandt, Guido Reni, Ribera e Piranesi, entre outros mestres.

Os preços, desnecessário dizer, são estratosféricos. Um exemplar da primeira edição de uma das primeiras gravuras do holandês Rembrandt, de 1634, que mostra o encontro da mulher de Samaria com Cristo em meio a ruínas, está à venda por 24 mil euros, duas vezes o preço de uma gravura de Dürer, que chega perto de Rembrandt numa xilogravura de 1503, A Anunciação, oferecida por 14.500 euros, um pouco acima do japonês Hokusai (uma vista do Monte Fuji, de 1830, por 10 mil euros).

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O Museu Boijmans, segundo a curadora Sandra Kisters, tinha em seu acervo muitas obras raras como essa, mas um incêndio destruiu parte da coleção. Depois disso, e porque metade dela é constituída por obras em papel (70 mil desenhos e gravuras), os patrocinadores do museu de Roterdã começaram a pensar numa nova sede em 2005 para preservar a coleção e, claro, para atrair visitantes estrangeiros com um projeto ainda mais ousado que o do Guggenheim de Bilbao, a ser inaugurado em 2018.

Parecido com uma geodésica de Buckminster Fuller, o novo Museu Boijmans tem em sua cúpula um jardim exótico de acordo com a demanda ecológica dos holandeses (e da cidade de Roterdã, principal parceira da Fundação Verre Bergen, que financiam o projeto, cujo custo ultrapassa 52 milhões de euros).

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“É um investimento alto, mas tivemos de pensar nas condições de segurança desse acervo, que já sofreu perdas no passado”, justifica a curadora Sandra Kisters. “Com as novas instalações, toda a coleção ficará acessível ao público, inclusive a reserva técnica, à prova de inundação, nossa maior preocupação aqui na Holanda”.

A outra preocupação dos diretores do Boijmans é ampliar o acervo com obras contemporâneas como do pequeno altar medieval em aço inoxidável que o moderno Bruce Nauman projetou especialmente para o museu. “A diversidade é uma característica forte do Boijmans, como se pode ver aqui na feira de Maastricht”, diz sua curadora.

Sem dúvida. Ao lado de um estudo de Dürer sobre os pés do apóstolo Paulo (um desenho de 1508) está um guache desestabilizador da japonesa Yayoi Kusama (Flor, de 1954). O público terá até o dia 20 para ver essas maravilhas em Maastricht. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.