Quem tem mais de 50 anos, certamente vai se lembrar de como foi surpreendente o surgimento na telinha de um programa de variedades como o Fantástico, da TV Globo. Os que têm menos idade, já se habituaram com a revista semanal, que entra no ar todo domingo à noite e que faz lembrar que lá vem a segunda-feira. Mais que uma lembrança, o Fantástico, que completa exatamente neste domingo 45 anos, nasceu com o objetivo de trazer inovações, debates importantes, matérias de todos os temas possíveis. Foi no Fantástico que vimos, em 1974, um dos primeiros clipes coloridos, com a exibição de Raul Seixas cantando Gita, e foi nessa época também que conhecemos a Zebrinha, o boneco que dava o resultado da loteria esportiva.
Para marcar essa data, o Fantástico, que tem direção de Bruno Bernardes, traz novas atrações e uma abertura diferente, mas essa só vai ser conhecida esta noite. Entre as novidades, uma série sobre fertilidade apresentada por Poliana Abritta e uma nova temporada de Jornada da Vida, com Sonia Bridi. A música de abertura, marca registrada da atração, será a mesma, mas com nova leitura.
Sobre esse momento do programa, o diretor avalia: “Mudar é necessário, fundamental. O Fantástico não conseguiria se manter na liderança por 45 anos sem evoluir, sem acompanhar os tempos. Nós somos inquietos. Em 1973, o entretenimento tinha mais peso no formato. Hoje, o foco do programa é o jornalismo. Mas o DNA está preservado: o Show da Vida nasceu como uma revista de variedades e segue fiel à sua essência”.
Mas muitas são as lembranças de tudo o que já se viu nessa revista dominical. Afinal, desde o dia 5 de agosto de 1973 foram 2.340 programas levados ao ar. Desde as vozes poderosas de Cid Moreira e Sérgio Chapelin, passando por Fátima Bernardes, Glória Maria, Zeca Camargo, até os atuais Poliana Abritta e Tadeu Schmidt. Ao todo foram 39 apresentadores, incluindo a virtual Eva Byte.
Nessa trajetória de 45 anos, o Fantástico produziu muitas reportagens, que certamente marcaram seu público de alguma forma. Mas seus profissionais também têm belas lembranças da carreira feita no programa da Globo. Uma delas, com toda certeza, é a jornalista Glória Maria, que fez dupla por dez anos com Pedro Bial. “Foi talvez uma das etapas mais importantes da minha vida profissional, fiquei durante 18 anos no Jornal Nacional, depois me transferi para o Fantástico, primeiro como repórter, quando comecei a viajar pelo mundo sem parar, depois a ser apresentadora”, conta Glória, que afirma ser o programa “o responsável por proporcionar um mundo de aprendizagem”. “Acho que quase tudo que aprendi na minha vida, foi no período do Fantástico.” Glória fala ainda da atualidade do programa. “Eu acho que ele (Fantástico) continua sendo importantíssimo para a TV, e o fato de ter 45 anos não quer dizer que envelheceu, pelo contrário, mostra que se renova sempre, por isso sobrevive, mas, claro que nada se mantém da mesma maneira, as coisas vão mudando, mas acredito que o programa continua com sua relevância”, conclui.
Já Zeca Camargo conta que seu último programa à frente do Fantástico foi o de 40 anos, mas do período que esteve na equipe, muitas são as recordações. “Meu projeto favorito foi a primeira volta ao mundo que fizemos, que era uma loucura, era impensável, primeiro pela ambição de dar volta ao mundo, segundo pela ousadia de deixar o público escolher o destino, pois eu mesmo não sabia para onde iria, e terceiro, pela inovação ideológica, o mundo estava experimentando a internet e o Fantástico foi pioneiro nesse setor”, afirma.
Na avaliação de Poliana Abritta, “o Fantástico tem um compromisso enorme com sua própria identidade e isso é reafirmado a cada domingo. O programa faz parte da vida das pessoas porque mostra a vida delas e tudo o que as envolve: da realidade ao sonho”. Na mesma linha, Tadeu Schmidt diz que o programa “tem essa característica de ser muito relevante e procurar sempre o novo, aquilo que é vanguarda. Hoje, todo mundo tem acesso ao mundo inteiro com a internet, mas a gente continua descobrindo e levando para os telespectadores um material surpreendente”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.