A quantidade de palavras no diminutivo traduzem o jeito doce que Palmirinha Onofre tem ao falar. Aos 82 anos, porém, a apresentadora jura bater um prato de feijoada todos os sábados e se mostra firme e forte ao ficar mais de quatro horas de pé na gravação da segunda temporada do programa que leva seu nome. A estreia está marcada para amanhã, 7, às 22h15, no canal pago Bem Simples.
“Meu diretor me dá 15 minutos para tomar um cafezinho e dar uma descansadinha. Ele queria mais tempo, mas eu não quero”, conta a cozinheira, que gravou dois episódios por jornada durante 20 dias. Na nova leva, ela vai receber um artista por edição e, além de oferecer um prato, vai provar uma receita do convidado, que leva uma quentinha para casa.
“Estou conhecendo os meus ídolos e também jovens cantores de rock, de sertanejo. Estou me realizando. Conheci o Chay (Suede, de Rebelde). Ele faz novela e eu perguntei como ele dava um beijo técnico. Ele disse: ‘Vou ensinar’. E me beijou. Não de língua, né? E outro que gostei demais foi o Lobão. Tinha adoração por ele. Eu achava que ele não era tudo aquilo que falavam, pois teve uma vida agitada, foi preso. Mas eu sempre estive do lado dele”, revela.
Ao receber Jair Rodrigues, Palmirinha desmaiou após ser abraçada com força pelo cantor. A gravação foi cancelada, mas o artista voltou ao estúdio na semana seguinte, em que a visita foi acompanhada pela reportagem. “Na hora em que ele entrou (no cenário), me abraçou e me levantou. Deu uma pressionada na minha costelinha e desmaiei. Mas foi um ato de carinho, ele queria mostrar para o público que gostava de mim. Eu não me lembro, mas não foi nada grave. Vieram bombeiros medir minha pressão. Eles disseram para a minha filha que tenho saúde de mocinha. Eu fiquei emocionada quando vi todo aquele pessoal”, relembra.
“Acho que fui com violência, fiquei preocupado. Tenho esse costume de levantar o outro. No Festival da Canção de 1966, fiz isso com Chico Buarque e Elis quando Disparada ganhou. Agora eu sou o Jair Anderson Silva”, brinca o cantor.
Sem auxílio de teleprompter (aparelho que projeta o texto na lente da câmera), Palmirinha faz o programa sem cortes. “Foi a vida que me ensinou. Os câmeras que me procuram, eu não os procuro. Eu dou um baile neles. Antes de entrar na TV, fazia jantares, lidava com o público. E isso me desembaraçou. Quando estou numa cozinha, em qualquer canal, esqueço que estou ali, me entrego todinha. Parece que estou na minha casa, por isso, às vezes, saem coisas que não devem, faço errado.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.