Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Luiz Andrioli conta trajetória da família Queirolo.

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O palhaço Chic-Chic por muito tempo foi o personagem favorito de muitos curitibanos, especialmente para aqueles que hoje têm mais de 30 anos. O palhaço fazia parte da família Queirolo, que se estabeleceu em Curitiba na década de 1930 e ocupou uma parcela importante das atividades culturais da cidade até o final da década de 1970. Toda a história dessa família que se dedicou à arte do circo será contata no livro Circo Queirolo, com previsão de lançamento para junho do ano que vem. O jornalista Luiz Andrioli é o responsável por este resgate histórico.

A família Queirolo continua morando em Curitiba e, apesar de não realizar mais apresentações sob uma lona de circo, nunca esqueceu a sua história. Alguns membros se dedicam atualmente em fazer shows em eventos, confecção de bonecos para campanha publicitária, maquiagem e aluguel de lonas. A história dos Queirolo, vindos da Europa, começa em solo brasileiro em 1911, quando participam da inauguração do Teatro de Manaus. Posteriormente, a trupe fez diversas apresentações no País. Entre as cidades contempladas estava Curitiba. O primeiro espetáculo da família na cidade aconteceu em 1919.

A família Queirolo teve diversas passagens por Curitiba para os shows, até que se estabeleceu no município na década de 1930. Um dos pontos altos e mais marcantes do trabalho dos Queirolo ocorreu no Pavilhão Carlos Gomes, inaugurado em 1942. Eles ficaram dois anos se apresentando no local. Posteriormente, a família começou a fazer shows de circo pela cidade. Nas décadas de 1960 e 1970, a família Queirolo trabalhou nas emissoras paranaenses de televisão. Um dos programas mais importantes foi o Clube do Capitão Furacão, marco da infância de muitos curitibanos.

O símbolo da família Queirolo foi o palhaço Chic-Chic, vivido por Otelo Queirolo, que faleceu em 1967. ?Era um palhaço irreverente, muito irônico. Ele carregava uma cachorrinha de pano, chamada Violeta, em todas as apresentações. A cachorrinha ainda existe?, comenta Andrioli. O substituto foi Chic-Chic Júnior, interpretado por Lafayette Queirolo, sobrinho de Otelo, que faleceu em 1996.

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Mas, depois da experiência televisiva, o circo da família Queirolo não foi o mesmo. ?A família concluiu que ela foi ajudar a montar a TV, mas foi a própria TV que tirou o seu público?, conta Andrioli. O circo começou a dar prejuízo e acabou sendo vendido. Em 1976, o então prefeito Saul Raiz deu uma lona de circo para que a família voltasse com a atividade, mas a iniciativa não rendeu bons resultados. O próprio Lafayette Queirolo foi devolver a lona.

O interesse de Luiz Andrioli de contar a história dos Queirolo surgiu durante um trabalho para uma pós-graduação em cinema. A idéia era criar um documentário, mas o projeto não foi para frente. Ele resolveu, então, resgatar a importância da família na sociedade curitibana por meio de um livro, que conseguiu ser premiado com o edital de incentivo de resgate do patrimônio imaterial, da Fundação Cultural de Curitiba. A publicação vai focar a vida dos Queirolo em Curitiba entre as décadas de 1940 e 1980. O lançamento do livro está previsto para junho de 2007 e será distribuído para escolas, bibliotecas e entidades. 

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